A violência foi um dos principais tópicos abordados durante a 2ª Conferência Municipal dos Direitos da Mulher, realizada na quinta-feira, 13, em Boraceia. A conferência teve como tema Mais direitos, participação e poder para as mulheres e abordou as políticas públicas e os direitos da mulher. A necessidade da instalação de delegacias da mulher, mesmo em municípios com população oficial inferior a 50 mil habitantes, foi discutida pelas participantes.
À frente do evento, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Daisy Ribeiro Menezes da Fonseca, destaca a importância desta instalação: “Quer dizer que se nós temos 47 mil habitantes nós somos invisíveis, não sofremos, não precisamos de ajuda? Então nós temos que lutar contra isso, precisamos, sim, urgentemente, da delegacia da mulher”.
Uma das presentes à conferência, Amanda Tainara Pereira Ferrari, de 18 anos, conta ter sofrido uma tentativa de abuso sexual na infância, cujo autor está foragido da Justiça, e no fim de semana, foi vítima de agressão. “Eu fui violentada por um cara praticamente sem motivo nenhum, mas porque ele tinha muito preconceito pelo fato de eu ser homossexual”. A vítima conta ter ficado com o nariz quebrado devido à agressão. Ela fez o exame de corpo de delito e registrou o boletim de ocorrência e aguarda os trâmites legais enquanto, conforme observa, o agressor continua solto.
Moradora do bairro, Selma Regina dos Santos aprovou a realização do evento em Boraceia, bairro distante da área central, para ajudar as mulheres a entender seus direitos e a quem recorrer nas mais diversas situações.
Na oportunidade foram eleitas delegadas titulares Vanúzia Teixeira de Souza, representante do Poder Público e Cleuza Souza de Oliveira, da sociedade civil; e as suplentes Selma Regina dos Santos e Francisca de B. Luciano. Elas representarão Bertioga na etapa estadual, prevista para novembro.
O encontro reuniu representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM); da Comissão de Mães com Crianças Especiais de Bertioga (Comeb); da ONG Amigas do Peito; da Organização dos Advogados do Brasil (OAB); e dos poderes Executivo e Legislativo.
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