Banco de rodolitos com mais de 5 mil metros quadrados foi encontrado na Ilha das Couves, localizada no extremo norte de Ubatuba
Da redação
Publicado em 27/04/2023, às 14h29 - Atualizado em 08/05/2023, às 11h34
Um novo habitat marinho foi descoberto por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na Ilha das Couves, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo.
O banco de rodolitos com mais de 5 mil metros quadrados foi revelado e confirmado por pesquisadores do Instituto do Mar (IMar), da Unifesp. Os rodolitos são nódulos formados por algas calcárias que, quando em grande quantidade, formam um dos mais diversos habitat marinhos da plataforma continental brasileira.
Essas algas marinhas secretam carbonato de cálcio para construir suas paredes celulares, que eventualmente se acumulam e formam essas estruturas rochosas em formato de esfera. Os rodolitos são ecossistemas importantes e abrigam uma grande variedade de espécies marinhas, como peixes, crustáceos, moluscos e algas, tornando-se assim parte essencial da biodiversidade marinha. Além disso, os rodolitos são também importantes por sua capacidade de absorver e armazenar dióxido de carbono, contribuindo para a regulação do clima global.
Técnicos da Fundação Florestal de São Paulo se surpreenderam ao encontrar, durante a análise de relatórios apresentados, indícios da presença de um local extremamente importante em águas rasas - cerca de seis metros de profundidade - em uma das áreas mais visitadas da região. O achado nunca havia sido registrado anteriormente.
“A descoberta do banco de rodolitos, além de valorizar atributos ecológicos do nosso litoral norte paulista, também revela mais um atrativo turístico para o local. A riqueza e biodiversidade desse banco abre uma perspectiva para atividades de sensibilização ambiental, divulgação e educação científica, bem como ciência cidadã, possibilitando a reflexão sobre a importância ecológica dos bancos de rodolitos, envolvendo prioritariamente a comunidade local e operadores de turismo que atuam na região, promovendo a capacitação de monitores e pequenos empreendedores, convergindo com as ações de turismo de base comunitária atualmente em desenvolvimento”, explicou o gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha do Litoral Norte da Fundação Florestal, o biólogo Márcio José dos Santos.
A visitação à Ilha das Couves é coordenada por um grupo de trabalho de gestão compartilhada, que envolve representantes das comunidades de Picinguaba, da Almada, do Estaleiro e Ubatumirim, além do trade turístico da região central de Ubatuba. O rodízio envolve três turnos: manhã, das 8h às 12h; almoço, das 12h às 15h; e tarde, das 15h às 18h.
O acesso à Ilha das Couves, que fica no extremo norte de Ubatuba, é feito somente por embarcações, que saem da praia de Picinguaba ou da região central de Ubatuba. Lembrando que não existem opções de hospedagem na ilha e que o acampamento é proibido por lá.
*Com informações de Unifesp
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