Ela estava na praia do Lázaro e compartilhou nas redes sociais a indignação ao encontrar um pedaço de plástico na água
Uma moradora de Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, usou as redes sociais, na terça-feira (28), para compartilhar uma indignação.
Ao visitar a praia do Lázaro, mais precisamente no Canto da Pedra Verde, ela entrou no mar e, em menos de cinco minutos, encontrou uma sacola plástica.
O objeto estava boiando e chamou a atenção da ubatubense pelo pouco em que ela estava dentro da água. A postagem foi feita no grupo ‘Ubatuba Oficial’ no Facebook. “Olha o que eu retirei da água. Faz cinco minutos que entrei no mar. Por favor, valorizem e tenham amor ao meio ambiente. Por acaso alguém já comeu plástico? Respeite a cidade e desfrutem com lazer ao lado da família. Que sejamos exemplo de educação e tenhamos mais amor a natureza”, desabafou.
A postagem viralizou. Outros internautas também relataram casos de lixo na praia. “No último fim de semana eu estava na praia Grande e fiquei ‘boba de ver’ quanto lixo tinha. Mesmo estando de passagem e descansando com a minha família, recolhi o lixo. Custa a pessoa levar uma sacola, colocar tudo dentro e depois descartar na lixeira? E o mais perigoso é que a maré subia toda hora, a ponto de levar o lixo para mar”, disse uma internauta.
“Concordo plenamente. Deveria existir multa para quem deixa o lixo jogado na praia, ou em qualquer lugar. Preservação ambiental já”, comentou outro.
Um estudo global publicado na revista científica Nature Sustainability em junho deste ano revelou que 80% do lixo encontrado nos oceanos é composto por plástico, sobretudo sacolas e garrafas. Em seguida vêm metal, vidro, roupas e outros artigos têxteis, borracha, papel e madeira processada.
A maior proporção de plástico encontra-se nas águas superficiais (95%), seguida das costas (83%), enquanto os leitos dos rios apresentam a menor percentagem (49%).
O estudo analisou 112 categorias de resíduos maiores que três centímetros em sete ecossistemas, como rios, leitos de rios, águas costeiras e águas abertas. Foram utilizadas informações de 12 milhões de pontos de observação de 36 bancos de dados em todo o planeta.
Sacolas descartáveis, garrafas plásticas, recipientes para alimentos e embalagens de comida são os quatro itens que mais poluem os mares, representando quase metade dos dejetos de origem humana.
Apenas dez produtos, entre os quais tampas e equipamentos de pesca, responderam juntos por 75% do lixo plástico, devido a seu uso generalizado e degradação extremamente lenta.
Em termos de origem, os produtos take-away – sacolas, embalagens, recipientes para alimentos e latas – representam a maioria dos resíduos em todos os ambientes (de 50% a 88%), exceto no mar aberto, onde 66% provém das atividades marítimas. Já plásticos de origem médica e higiênica – como lenços umedecidos – encontram-se sobretudo no fundo do mar, perto da costa.
Canudinhos e mexedores representaram apenas 2,3% dos resíduos, cotonetes e palitos de pirulito, 0,16%. Por essa razão, os pesquisadores destacam que, apesar da importância de iniciativas como as vistas na Europa, para eliminar o consumo de canudinhos e cotonetes, se outros itens não forem incluídos nessas ações, o problema não será resolvido.
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