PORQUE SP TREMEU

Tremor de terra em SP provavelmente foi causado por falha geológica, explica pesquisadora

Com epicentro no Vale do Ribeira, abalo sísmico foi sentido em mais de 20 cidades do estado; tremor de terra por falha geológica se difere dos abalos por choques de placas tectônicas, explica a geógrafa Técia Bérgamo

Da redação
Publicado em 16/06/2023, às 14h51 - Atualizado às 15h13

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Segundo o Centro de Sismologia da USP o epicentro aconteceu na cidade de Iguape URGENTE: Vale do Ribeira registra tremor de terra de 4,7 nesta manhã de sexta (16) Cidade de Iguape - Reprodução/Site Viagem e Turismo
Segundo o Centro de Sismologia da USP o epicentro aconteceu na cidade de Iguape URGENTE: Vale do Ribeira registra tremor de terra de 4,7 nesta manhã de sexta (16) Cidade de Iguape - Reprodução/Site Viagem e Turismo

O tremor de terra com epicentro no Vale do Ribeira registrado na manhã desta sexta-feira (16) e sentido por moradores em mais de 20 cidades de São Paulo provavelmente foi provocado por uma falha geológica, explicou, em entrevista, a geógrafa Técia Bérgamo.

“No Brasil, nós temos mais esses tremores provocados por falhas geológicas, que são grandes blocos rochosos do nosso relevo com uma ruptura”, afirma a estudiosa que coordena os cursos de geografia EAD Unimes (Universidade Metropolitana de Santos).

Este tipo de abalo, acrescenta ela, se difere dos causados por encontros de placas tectônicas. “Essas placas se movimentam, às vezes se chocam e, no momento do choque, há um soerguimento que causa o abalo sísmico. A magnitude de um terremoto é medida de 0 a 10 de acordo com a escala Richter. No caso desse [em SP], não chegou a 6”.

Segundo ela, as características da falha geológica é que vão determinar se haverá ou não outros tremores. “Se vão ocorrer [mais tremores] com maior intensidade, vai depender mesmo dessa falha”.

Os tremores em São Paulo

Segundo o Centro de Sismologia da USP, o abalo foi de 4 pontos na escala Richter e o epicentro foi registrado no município de Iguape no interior paulista. Este abalo pode ter sido sentido em um raio de até 100 km do seu epicentro.

De acordo com informações apuradas pelo Portal Costa Norte com a Defesa Civil estadual, o abalo sísmico aconteceu às 8h22. Até o momento, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil não receberam nenhum chamado para ocorrência com vítimas ou danos estruturais.

Ainda de acordo com o Centro de Sismologia da USP, abalos entre 3,5° a 5,4° podem ser sentidos, no entanto não costumam gerar danos estruturais.

Litoral também tremeu

Mapa do Centro de Sismologia da USP com relatos de moradores que sentiram os tremores MAPA - Tremor de terra é sentido por moradores de Peruíbe, São Vicente, Itanhaém e Mongaguá Mapa (Imagem: Reprodução / Centro de Sismologia da USP)

O tremor de terra também foi sentido por moradores de Peruíbe, São Vicente, Itanhaém e Mongaguá no litoral de São Paulo, conforme um mapa em tempo real do Centro de Sismologia da USP com relatos de moradores.

"Parecia como se fosse um caminhão passando na rua", disse um morador de Peruíbe, que registra a maioria dos relatos entre as quatro cidades costeiras. "Cheguei na minha loja quando senti um leve tremor. Coisas leves da vitrine estavam tremendo e a vidraça também estava vibrando, mas rapidamente parou", disse um morador de Itanhaém que relata ter sentido o tremor por volta das 8h30.

Moradores de São Vicente e Mongaguá disseram que sentiram um tremor fraco por volta do mesmo período. “Achei que poderia ser vibração de caminhão pesado ou até avião cargueiro, mas era o terremoto. A casa ficou vibrando, bem fraca, mas vibrou”, contou um morador de Mongaguá nas redes sociais.

Além das cidades do litoral, o mapa da USP também mostra relatos de tremores em Juquiá, Registro, Iguape, Ilha Comprida, Juquitiba, Embu-Guaçu, Santo André, Embu das Artes, Rio Grande da Serra, São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires, Taboão da Serra, Osasco, São Paulo, Cotia e Franco da Rocha.

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