Devido à maré alta o animal foi projetado para a faixa de areia e ficou no local por cerca de 30 minutos
Um tubarão, da espécie Carcharhinus leucas, popularmente conhecido como Tubarão-cabeça-chata, encalhou na manhã desta sexta-feira (6) na faixa de areia do Parque Prainha, em São Vicente, litoral de São Paulo.
Segundo informou o Instituto Gremar, os especialistas foram comunicados por telefone sobre uma ocorrência envolvendo um tubarão encalhado na praia, mas em menos de 30 minutos os mesmos munícipes fizeram novo contato e relataram que, com a subida da maré, o animal retornou ao mar.
De acordo com o instituto, em caso de novo encalhe a situação será reavaliada pelos especialistas do instituto “Inclusive, se necessário, será realizado um eventual acionamento de outros órgãos, já que tubarões não são fauna-alvo do trabalho realizado pelo Gremar”, informou em nota.
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O Carcharhinus leucas é pelágico demersal predominantemente costeiro e se faz intimamente ligado às águas rasas das plataformas continentais tropicais e subtropicais. É um animal robusto e de porte avantajado.
Ele pode atingir até 4 metros de comprimento total e já foram encontrados indivíduos de, aproximadamente, 600 kg! Apesar de serem indivíduos grandes quando comparados com o ser humano, podem viver até 25 anos.
Possuem focinho curto e arredondado e olhos bem pequenos. Em relação à sua coloração, o dorso é escuro, variando do cinza ao marrom, e o ventre é branco. As pontas das nadadeiras são escuras, mas conspícuas apenas em indivíduos jovens.
A primeira nadadeira dorsal é triangular, alta e de base larga, e as nadadeiras peitorais são grandes, largas e triangulares. Sua dentição é composta por dentes superiores largos, triangulares e serrilhados e por dentes inferiores de base larga, pontiagudos e serrilhados.
O tubarão-cabeça-chata é altamente adaptado à captura de presas em águas turvas, e pode ser considerado especialista na captação de estímulos do ambiente por meio da eletrorrecepção. Ele é naturalmente agressivo e curioso, pratica uma dieta generalista composta por ampla variedade de invertebrados, peixes, tartarugas, aves marinhas, pequenos cetáceos, tubarões (inclusive indivíduos da própria espécie) e até mesmo já foi relatado predando animais terrestres.
É uma espécie vivípara, que produz até 14 embriões em uma gestação de 10 a 11 meses. As fêmeas utilizam os ambientes de estuários para dar à luz aos seus filhotes, que nascem medindo de 56 a 81 cm de comprimento total.
Vale ressaltar que o estuário é um ecótono entre águas continentais e oceânicas, região que apresenta água com baixos níveis de salinidade. Neste ambiente, os recém-nascidos e jovens encontram alimento em abundância e minimizam as chances de serem alvo de outros predadores, permanecendo, então, no local nos primeiros anos de sua história de vida.
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