ROUBO NA SAÚDE PÚBLICA

São Vicente é citada em operação da PF por desvio de recursos públicos da saúde

Operação Contagio da Polícia Federal de São Paulo apurou que cinco cidades do estado superfaturaram cerca de R$ 300 milhões de recursos da saúde por meio de OS e mais de R$ 40 milhões teriam sido desviados por médicos durante o auge da pandemia

Da redação
Publicado em 22/12/2021, às 16h12 - Atualizado às 17h08

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São Vicente é citada em operação da PF por desvio de recursos públicos na saúde São Vicente é citada em operação da PF por desvio de recursos públicos da saúde - Divulgação PF
São Vicente é citada em operação da PF por desvio de recursos públicos na saúde São Vicente é citada em operação da PF por desvio de recursos públicos da saúde - Divulgação PF

São Vicente e mais cinco municípios de São Paulo entraram na rota da Polícia Federal (PF), após serem investigadas, durante dois anos, por lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, superfaturamento em fornecimento de medicamentos, fraude em licitação e uso de documento falso.

Segundo relatório da operação denominada Contagio, com mais de duzentas páginas, a PF detalha a investigação que apurou o desvio de recursos públicos da saúde por meio de uma organização social (OS) contratada pelos municípios de Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Hortolândia, São Vicente e Cajamar, todos em São Paulo, em contratos que superam R$ 300 milhões durante o auge da pandemia de covid-19.

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A investigação, que durou quase dois anos, tendo sido ouvidas mais de 40 pessoas, foi revelado que a OS havia sido constituída com documentos fraudulentos que permitiram que ela fosse contratada por diversos municípios. A organização social tinha como presidente um jovem veterinário de 28 anos, mas era, efetivamente, controlada por diversos médicos.

De acordo com a PF, os integrantes da OS sacaram cerca de R$ 20 milhões em espécie com a escolta armada de um guarda civil municipal e sua esposa.

Em um dos saques, acompanhado pela PF, foi possível observar que o guarda esperou dentro do veículo enquanto sua esposa entrou em uma agência bancária em São Roque, no interior do estado. Após o saque, a mulher se dirigiu a outro veículo, que então foi seguido por seu marido.

Além disso, grande quantidade de valores foram transferidos para outras empresas controladas pelo grupo. Inclusive, a investigação apontou que uma grande reforma na residência de um casal de médicos era paga com o dinheiro desviado.

O imóvel está avaliado em mais R$ 5 milhões e havia sido adquirido em maio deste ano. Estima-se que mais de R$ 40 milhões foram desviados destes contratos.

As duas fases da operação foram deflagradas em abril e novembro deste ano, quando foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão.

Foram apreendidos mais de R$ 700 mil em espécie nos endereços dos alvos, sendo que boa parte foi encontrada escondida em um escritório bunker da própria OS. Além disso, uma lacha e diversos veículos de luxo foram apreendidos.

A Justiça Federal também determinou o sequestro de imóveis localizados em condomínios fechados de alto padrão na região metropolitana de São Paulo e em uma praia de Ubatuba, no litoral paulista.

Médicos integrantes de organização criminosa ostentava vida e luxo São Vicente é citada em operação da PF por desvio de recursos públicos da saúde (Divulgação PF)

Vida de Luxo

Ainda de acordo com a PF, integrantes da organização criminosa levavam vidas luxuosas, usufruindo dos valores desviados da saúde pública. Mansões, carros esportivos, lancha, armas e pilhas de dinheiro eram ostentados em fotos e vídeos encontrados pela Polícia Federal. Um dos relógios apreendidos vale cerca de R$ 90 mil.

Até o momento, dois médicos estão foragidos e outros dois indiciados estão presos preventivamente por ordem do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O Superior Tribunal de Justiça negou diversos habeas corpus impetrados pelos indiciados.

Médicos integrantes de organização criminosa ostentava vida e luxo São Vicente é citada em operação da PF por desvio de recursos públicos da saúde (Divulgação PF)

O que diz a prefeitura de São Vicente

A reportagem contatou a prefeitura de São Vicente, e por meio de nota, a administração municipal informou, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), que “o contrato firmado junto à Organização Social de Saúde (OS) foi feito no ano de 2020 e encerrado no mesmo ano, durante a gestão passada. Portanto, ela nunca atuou durante a atual gestão municipal”.

Ainda de acordo com a nota, até o momento, a Sesau não foi notificada oficialmente pela Polícia Federal sobre o caso, mas afirmou que está à disposição das autoridades para contribuir com as investigações.

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