TRAGÉDIA

Incêndio deixa dezenas de desabrigados em São Vicente: “Perdi tudo”, diz moradora

Fogo destrói mais de 20 moradias e deixa cerca de 100 desabrigados em São Vicente. Moradora afirma que foi acordada aos gritos de "fogo" e só teve tempo de sair correndo com os três filhos, um deles de apenas sete meses

Thiago S. Paulo
Publicado em 31/01/2022, às 14h42 - Atualizado às 15h32

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Incêndio destruiu mais de 20 moradias em comunidade de São Vicente, no litoral de São Paulo Incêndio deixa dezenas de desabrigados em São Vicente: “Perdi tudo”, diz moradora Montagem com três fotos de incêndio em comunidade
Incêndio destruiu mais de 20 moradias em comunidade de São Vicente, no litoral de São Paulo Incêndio deixa dezenas de desabrigados em São Vicente: “Perdi tudo”, diz moradora Montagem com três fotos de incêndio em comunidade

Dezenas de famílias ficaram desabrigadas após um incêndio destruir mais de 20 moradias em uma comunidade em São Vicente, no litoral de São Paulo, no início da manhã desta segunda-feira (31). Segundo informações, ninguém se feriu.  

De acordo com moradores, as chamas começaram por volta das 3h30 da madrugada na comunidade Dique do Caxeta, próxima à Vila Jóquei Club. “Foi muito rápido. Todo mundo tentando ajudar, mas não dava conta, porque o fogo se alastrou muito rápido”, afirmou a vendedora Adriana dos Santos, de 40 anos, em entrevista ao Portal Costa Norte.

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Por volta das 4h, sete viaturas dos bombeiros da base de São Vicente chegaram ao local e conseguiram conter as chamas. Segundo os bombeiros, pelo menos 21 casas ficaram destruídas. Por volta de 7h, as equipes trabalhavam no rescaldo das chamas. Nenhum morador ficou ferido pelas chamas ou fumaça.

Apesar de ninguém ter se ferido, o saldo de destruição do fogo é grande na comunidade, lamentam moradores. “Nesse lado onde eu moro não pegou fogo não. Foi no meio da comunidade. A gente fica triste de ver vizinhos, amigos, sem nada, perder tudo. Pessoas com bebê no colo, sair com a roupa do corpo, perderam tudo, tudo, não saíram com nada. Estão em estado de choque, não sabem que direção tomar ”, afirmou, contendo a emoção, Adriana, que também faz parte da Associação Meninos do Caxeta, composta por moradores da comunidade.

A Associação afirma que 23 moradias foram destruídas e estima que cerca de 100 pessoas estejam desabrigadas, dentre as quais a cabeleireira Franciléia Santos de Melo, de 39 anos. Segundo Léia, como é conhecida na comunidade, a noite foi de desespero.

“Os vizinhos gritando fogo, fogo. Eu não sabia o que fazer, o fogo já estava alto quando eles gritaram. Fui ligar as torneiras, fui pegar documentos. Foi tudo muito rápido”, relembra-se Léia, que no momento do incêndio, estava em sua moradia com seus três filhos, um deles de apenas sete meses.

Com as chamas se alastrando, Léia afirma que colocou seus filhos maiores, um de 10 anos e outro de 13, rapidamente para fora, enquanto também fugia das chamas com a bebê no colo.

“Coloquei a roupa neles e coloquei eles pra fora do barraco, peguei a minha bebezinha, retornei lá correndo pra pegar meus documentos, foi onde eu peguei a bolsa, e não deu pra salvar mais nada”, relembra, com tristeza, a cabeleireira.

Ela lamenta a perda de seus animais de estimação. “Até minhas gatas morreram. Eu tinha duas gatinhas. Dois animais. Não deu nem pra salvar minhas gatas. Só tô bem, de pé, porque meus filhos estão bem. Mas a moradia, por mais que não fosse adequada pra morar, era o que a gente tinha”.

Abrigada junto de outras famílias no colégio Manoel Nascimento Júnior, na Vila Jóquei Clube, perto do local do incêndio, Léia afirma que, por volta das 11h da manhã de hoje, voltou ao local do incêndio e contemplou o estrago.

“Só vi a marca da cama onde meu filho dormia, a geladeira contorcida pelo fogo, o fogão derretido. Não tem mais nada. A cômoda de roupa do meu filho. Não sobrou nada pra contar a história. No momento tô sem rumo”, afirmou, contendo as lágrimas, a cabeleireira.

Segundo a gestão municipal de São Vicente, cinco famílias (7 adultos e 7 crianças) foram acolhidas no colégio Manoel Nascimento Júnior (R. Roberto Cock, 300 - Vila Jóquei Clube) e outras nove foram encaminhadas para o CRAS, onde passarão por encaminhamentos e apoio da Secretaria de Assistência Social.

Na manhã de hoje, especulou-se que o incêndio teria sido provocado por um morador após brigar com a mulher. No entanto, segundo a gestão municipal de São Vicente, as causas do incêndio seguem em investigação.

Como ajudar

Em apoio às pessoas que tiveram seus pertences destruídos durante o incêndio, o Fundo Social de Solidariedade de São Vicente está recebendo doações. “Os itens mais necessários no momento são roupas, toalhas, alimentos não-perecíveis, água potável, material de higiene pessoal e de limpeza”, afirmou a prefeitura.

A Associação Meninos do Caxeta, gerida por moradores, também aceita doações. Para mais informações,contatar os números (13) 99127-4856 / (13) 99127-4856.

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