Projeto da Semana de Meio Ambiente inclui a dispersão de sementes de juçara, aroeira, embaúba e mungulu por meio de catapulta criada por alunos da ONG
A recuperação das áreas devastadas pelas chuvas na Costa Sul de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, será lenta e gradual, mas o primeiro passo foi dado hoje. Dentro da programação da Semana do Meio Ambiente, comemorada entre 5 e 7 de junho na Instituição, educadores e alunos do Instituto Verdescola iniciaram a dispersão de sementes com estilingues e uma catapulta construída durante as aulas dadas na ONG.
São cinco mil sementes de juçara, aroeira, embaúba, ipê e mungulu, espécies indicadas para a restauração ecológica da região, a serem distribuídas pelas áreas devastadas. A ideia, segundo os educadores, é repovoar as áreas que foram afetadas pela grande quantidade de chuva do dia 19 de fevereiro deste ano.
A catapulta, feita de madeira de eucalipto, cordas e parafusos, levou dois meses para ser construída pelos alunos do 8º ano que têm entre 12 e 14 anos. “Vamos realizar o lançamento em locais estratégicos, buscando restaurar a flora do local, e faremos o acompanhamento do desenvolvimento das espécies após serem lançadas”, explica o educador Marques da Silva, idealizador do projeto.
A estimativa é de que as espécies levem de 10 a 12 anos para atingir a vida adulta. Até lá, acompanhar o crescimento fará parte do cronograma das aulas de Meio Ambiente do Instituto Verdescola. Parte das sementes foi doada pelo Núcleo São Sebastião do Parque Estadual Serra do Mar (PESM), enquanto outra foi coletada pelos próprios alunos nos arredores do Instituto para que não haja interferência genética e sejam sementes próprias da região.
O projétil, uma massa de argila com as sementes e adubo, foi apelidado pelos alunos de "bomba de sementes", e a catapulta foi tema de estudos dos alunos de Programação e Projetos Científicos. O professor Michel Terra elaborou com os alunos um projeto de trebuchet - ou trabuco em português - um equipamento semelhante a uma catapulta. “Passamos o projeto para eles, explicamos o funcionamento do trebuchet e usamos um simulador para calcular os parâmetros das dimensões do equipamento em si e do projétil”, informou o professor.
Diferentemente da catapulta, que funciona com um elástico ou uma corda dando tração e impulso ao projétil, o trebuchet trabalha com o peso. “É como se fosse uma gangorra, só que as partes não são proporcionais. Um lado é menor do que o outro e carrega mais peso do que o outro. Quando você solta o peso, isso [o que se deseja que seja arremessado] é lançado numa velocidade muito grande. E é mais ou menos isso que vai acontecer no lançamento das sementes”, disse Terra.
A catapulta de sementes é apenas uma das diversas atividades da Semana do Meio Ambiente do Instituto Verdescola. Além do início do reflorestamento da Vila Sahy, o Verdescola promoverá uma palestra com a bióloga e climatologista Daniela Lerário, oficinas, visitas guiadas, saídas a campo, gincana, rodas de conversa, show de talentos e arrecadação de recicláveis, como óleo e pilha. O evento é voltado apenas para os alunos da Instituição.
A Semana é um projeto interdisciplinar realizado anualmente para crianças de 4 a 14 anos (da Educação Infantil ao Ensino Fundamental II). Em 2023, o tema escolhido foi É Tempo de Restaurar devido à tragédia ocasionada pelas fortes chuvas de fevereiro. A ideia é trabalhar as questões ambientais decorrentes dos acontecimentos e buscar soluções para restaurar a conexão das crianças com a natureza e com o território onde elas sempre viveram.
5 de junho
Abertura
Palestra de abertura
Oficina de brinquedos recicláveis
Corrida de aventura
Dispersão de sementes
Plantio de mudas da mata nativa
Visita guiada ao túnel sensorial
6 de junho
Palestra: Daniela Lerário
Plantio de mudas nativas
Plantio de jundu
Oficina de pluviômetro
Oficina de yoga
Plantio na horta
Visita guiada ao túnel sensorial
7 de junho
Encerramento
Show de talentos: apresentação de todas as turmas
Resultado das gincanas
Premiação
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