Fila da balsa em São Sebastião tem sido alvo de reclamações de turistas e moradores por conta do trânsito e acesso ao bolsão de embarque da travessia
O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, e a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Natália Resende, devem definir nos próximos dias as alternativas para melhorar o trânsito viário de acesso para o sistema de travessia de balsa entre o município e Ilhabela.
No sábado (30), a secretária esteve na sede do Departamento Hidroviário (DH) para conversar com a imprensa e a comunidade. São Sebastião tem sofrido com os carros que ocupam as vias do município em função das dificuldade na travessia entre as duas cidades, dentre os quais o número reduzido de balsas, ventos fortes que impedem a saída das embarcações e o caos provocado por caminhões que dependem da tábua de maré.
“Já estamos em tratativa com o prefeito Felipe Augusto para avaliar uma forma do estado, por meio do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), colaborar na organização do trânsito, se houver necessidade”, disse a secretária da Semil, sob a alegação que a fase crítica teria passado e que a partir do dia 9 de outubro, às vésperas do feriado prolongado de 12 de outubro, outra balsa chega para ajudar no transporte de veículos e pedestres.
Ainda segundo ela, em novembro chega uma outra embarcação, de forma que todas as balsas (próprias e locadas) estejam prontas para uso já visando a temporada de verão. Isso inclui, também, os catamarãs que fazem a travessia de pedestres, ciclistas e motociclistas.
Para evitar o sobrepeso nas embarcações, que acaba acarretando danos à frota, será realizada a implementação de uma balança, por meio do DER. O equipamento funcionará de forma permanente, a partir da zero hora de quarta-feira (4), para fiscalizar o limite de 45 toneladas, por caminhão.
Ainda conforme ela, o governo estadual também trabalha em regras para a travessia de caminhões entre os dois municípios. A ideia é que o deslocamento de um ponto a outro aconteça fora do horário comercial. Importante destacar que, segundo a secretária, o transporte de cargas essenciais, como alimentação e combustível, não terá restrições.
“Queremos melhorar o sistema de travessias, cuja precariedade já vem de muito tempo. Desde o início do ano, estamos empenhados em ações de curto, médio e longo prazo para solucionar o mais rápido possível a situação, que se agravou nos últimos dias pela conjugação de fatores mecânicos e de restrições climáticas. Já retornamos quatro ferry boats à operação e nos próximos dez dias teremos mais medidas implementadas”, afirmou a secretária.
Aos presentes, a secretária Natália Resende anunciou que o governo de SP investirá mais de R$ 243 milhões, até 2024, em medidas para o sistema de balsas do estado. Entre as principais ações previstas, estão aumento da capacidade no transporte, melhoria de regras, aquisição de novos equipamentos, obras em terminais e estaleiros, além de mais apoio técnico e operacional para garantir agilidade no embarque e desembarque dos usuários.
“Com investimento de R$ 31,7 milhões apenas na travessia São Sebastião-Ilhabela, a frota será modernizada, até 2024. Outros R$ 48,8 milhões serão investidos nesta travessia em obras de dragagem, drenagem e reforma dos flutuantes e bolsões”, antecipou.
Ainda como ação de curto prazo, para todas as travessias litorâneas do estado, serão adquiridos, com investimento de R$ 30,1 milhões, 16 novos reversores - equipamento que faz as embarcações andarem para frente e para trás - e 50 novos motores. O objetivo é garantir equipamentos em estoque, a fim de dar celeridade à manutenção (em média, três horas para ser concluída). Será implementado, ainda, um novo contrato de manutenção que dará mais previsibilidade à operação, pois permitirá manutenções intermediárias e, não somente, após o término dos contratos.
Já em médio prazo, ela anunciou que estaleiros e atracadouros, com obras já contratadas, serão reformados e modernizados. O pacote prevê, ainda, novos serviços, como sistema de apoio técnico e operacional, reforma de 14 embarcações e equipamentos diversos, e obras em terminais e estaleiros, que incluem a construção de flutuantes e dragagens.
A principal meta do governo estadual, conforme a Semil, é a estruturação da Parceria Público-Privada (PPP) para a concessão dos serviços de travessias do estado. O estudo deve ser contratado pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), ainda neste semestre, e a previsão é que o leilão ocorra em 2025.