ANIMAL DEBILITADO

Instituto Argonauta resgata foca-caranguejeira no litoral norte de São Paulo

Animal apresenta sinais de pneumonia; equipe responsável aguarda o resultado de exames

Da redação
Publicado em 30/06/2021, às 19h57 - Atualizado às 20h13

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Divulgação
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O Instituto Argonauta resgatou nesta quarta-feira (30) uma foca-caranguejeira em São Sebastião, no litoral de São Paulo. O Instituto foi acionado por moradores para a presença de uma foca encontrada debilitada na praia de Calhetas. A equipe de veterinários permaneceu no local avaliando o animal, e observou que estava sem machucados aparentes, mas apático e muito magro. Trata-se de um indivíduo juvenil com cerca de 1,60m.  A veterinária responsável da Unidade de Estabilização, Fabiola Santana, diz que o prognóstico do animal é reservado: “No momento o animal está sendo mantido em observação, apresenta-se muito magro, com suspeita de pneumonia, aguardando resultados dos exames, para melhor direcionar o tratamento”. 

A foca foi transferida para o Centro de Reabilitação e Despetrolização do Instituto Argonauta em Ubatuba, onde permanece em observação, e está sendo medicado e avaliado. As focas dessa espécie ocorrem principalmente na região sub-Antártica e Antártica. No Brasil, há registros ocasionais dessa espécie na região Sul e Sudeste, sendo que na região do litoral norte de São Paulo, trata-se da terceira ocorrência nos últimos 13 anos.

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Segundo o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, diretor executivo do Aquário de Ubatuba e Presidente do Instituto Argonauta: “o deslocamento do animal até nosso litoral pode ter sido causado pela predominância de correntes marinhas vindas do sul nesta época do ano”. “Apesar do nome, as focas-caranguejeiras não comem caranguejos e sim, pequenos crustáceos como o Krill, apresentando para isso especial adaptação dos dentes. Entretanto, quando o krill é menos abundante pode capturar pequenos peixes e lulas. Um exemplar adulto pode atingir até 2,60 m e pesar cerca de 250 kg”, explica a bióloga Carla Beatriz Barbosa. 

A foca-caranguejeira é um mamífero pertencente à família Phocidae. Como característica do grupo, sua locomoção em terra, não apresenta flexão para frente em seus membros posteriores, assim seus movimentos em terra são bem mais lentos com perfil de ondulação.

É a espécie mais abundante de pinípede existente hoje, com população mundial estimada em 12 milhões de indivíduos, sendo deste modo considerada em baixo risco de extinção, sendo encontradas na região circumpolar vivendo a maior parte do ano sobre os gelos antárticos, podendo migrar, com o degelo das calotas, para a Austrália, Nova Zelândia, Tasmânia, Sul da África e América do Sul. Essas focas são importantes componentes da dieta de orcas e de focas-leopardo (Hydrurga leptonyx), que consomem cerca de 80% de todos os filhotes dessa espécie de foca. 

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