Em atendimento a um pedido das associações de amigos dos bairros da Praia das Cigarras (Saprac), Canto do Mar (Ambacam), Enseada (Ambe) e Jaraguá (Asabaja), da Costa Norte de São Sebastião, o prefeito Ernane Primazzi (PSC), o secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Hipólito, e o adjunto, Sylvio Nogueira, estiveram no Centro Comunitário do Jaraguá na noite do último dia 08, para uma reunião com a comunidade. O objetivo foi explicar à população como funciona uma usina de tratamento mecânico biológico, opção sugerida pela prefeitura para resolver o problema da destinação do lixo da cidade, atualmente exportado para Tremembé, no Vale do Paraíba – procedimento que gera altos custos ao município, além de ser uma solução danosa ao meio ambiente.
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Após a explanação da dinâmica da apresentação pelo secretário de Meio Ambiente, o presidente da Asabaja, Félix Silva, mediador da mesa, abriu as falas das autoridades.
Para o vereador Mauricio Bardusco, é natural que as pessoas tenham dúvidas e se coloquem contra um pensamento quando o desconhecem. “Eu mesmo digo que sou contra porque desconheço. Mas estou aqui para ver, entender e ouvir coisas técnicas”, disse.
Já Marcos Tenório acredita que, além da Costa Norte, toda a comunidade precisa estar envolvida e atenta à questão. “O município inteiro produz lixo e todos devemos saber e ouvir, muitas vezes. A Administração tem mesmo que investir em tecnologia e conhecimento”.
Histórico
Antes da exibição de um filme ilustrativo, o prefeito Ernane passou aos presentes um histórico sobre as dificuldades da destinação dos resíduos na cidade. Ele lembrou a época em que o lixo era encaminhado à Caraguatatuba e, em meados de 1991, tal transferência foi proibida. A reativação do aterro da Praia da Baleia para sanar o problema gerou processos no MP (Ministério Público). “Quem garante que não haverá a mesma proibição em Tremembé, que recebe os resíduos de oito cidades?”, indagou. Ernane seguiu a explicação levando em conta que atualmente os lixões são proibidos; aterros não são licenciados no Litoral Norte e que, ainda assim, é preciso encontrar uma solução. “Precisamos ser maduros. Até agora ninguém trouxe solução e é preciso coragem”, afirmou.
A implantação
O prefeito disse ainda que a implantação de uma usina tem custos com os quais a prefeitura não poderia arcar. Sendo assim, a forma de trazê-la à cidade seria por meio das PPPs (Parcerias Público Privada). Segundo ele, até o momento, 22 empresas mostraram-se interessadas na concessão da área e, aquela que porventura seja aprovada, ainda passaria por um longo processo de aprovação por uma comissão da Secretaria de Meio Ambiente e pelo licenciamento junto aos órgãos competentes – e mesmo assim, a Cetesb poderá negar a instalação, caso julgue não ser esta a escolha mais adequada ao problema.
Mais viável
Partindo para a forma de tratamento, percebeu-se que ter a usina térmica como opção talvez não fosse a melhor saída, já que esta ainda geraria resíduos e o problema de descarte continuaria. Sendo assim, a avaliação técnica apontou para o tratamento mecânico biológico como aposta mais viável. “O resíduo, neste caso, é reutilizado como energia e também pode ser vendido”, explicou o prefeito sobre o CDR (Combustível Derivado de Resíduos).
A próxima reunião está agendada para 22 de julho, no Canto do Mar, com horário e local a definir.
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