NATUREZA

Aves ameaçadas de extinção são observadas no Porto de São Sebastião

Programa de monitoramento identificou a presença de 1.025 indivíduos de 35 espécies diferentes, três delas relacionadas em listas de risco

Redação
Publicado em 30/08/2023, às 12h55

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Papagaio-moleiro está entre as espécies avistadas no Porto de São Sebastião - Divulgação/Semil
Papagaio-moleiro está entre as espécies avistadas no Porto de São Sebastião - Divulgação/Semil

A região do entorno do Porto de São Sebastião no litoral norte de São Paulo vem recebendo visitas ilustres. Entre as 35 espécies de aves observadas no local, pelo menos três são de espécies ameaçadas de extinção. São elas: o trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus), o trinta-réis-de-bico-vermelho (Sterna hirundinaceae) e o papagaio-moleiro (Amazona farinosa). Elas fazem parte da lista Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente e do estado de São Paulo.

Os dados sobre as aves vêm após o  encerramento da 22ª campanha de monitoramento de aves conduzida por especialistas a serviço da Companhia Docas de São Sebastião e vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).

O monitoramento é feito por pesquisadores com a utilização de barcos e binóculos a cada dois meses em oito pontos pré-determinados no entorno do porto. São dois horários de observação, no começo da manhã e no fim da tarde, que são os horários de maior atividade das aves.

“Tanto as espécies de trinta-réis quanto o papagaio-moleiro exigem condições ambientais boas para o seu desenvolvimento, seja por conta da oferta de alimentos, seja pela proteção contra caçadores e de seus sítios de reprodução. A presença deles é um indicador de qualidade”, afirmou Isadora Bonello, gerente da área de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA) da Companhia Docas de São Sebastião.

Ambos são de espécies marinhas: o trinta-réis-de-bico-vermelho se alimenta exclusivamente de peixes, enquanto o trinta-réis-de-bando tem uma dieta mais variada, como pequenos animais vertebrados e invertebrados que dependem de águas não poluídas para sobreviver. Já o papagaio-moleiro é a maior espécie do grupo, podendo chegar a 40 cm e está ameaçado por ser um dos alvos preferidos do comércio ilegal.

O estudo em desenvolvimento mostrou ainda que o rigor ambiental nas atividades permite que a região abrigue espécies migratórias como o próprio trinta-réis-de-bico-vermelho, a garça-azul (Egretta caerulea) e o socó-dorminhoco (Nycticorax nycticorax). Endêmico da Mata Atlântica, o Chorozinho-de-asa-vermelha (Herpsilochmus rufimarginatus) também foi avistado na região.

No Plano de Monitoramento de Avifauna são feitas avaliações quantitativas (número de indivíduos observados para cada espécie) e qualitativas (quais as espécies avistadas). “A observação contínua permite que se possa verificar ao longo do tempo se o número de indivíduos e as espécies de aves estão variando, e quais os impactos dessas variações. Esse acompanhamento é importante para avaliar os efeitos da operação portuária”, acrescentou Isadora, que acompanha o monitoramento.

As observações feitas nas campanhas estão abastecendo o Inventário da Avifauna na Área de Influência do Porto Público de São Sebastião. A pesquisa contempla informações e fotos das espécies observadas, bem como hábitos alimentares e migratórios e grau de ameaça.

Porto de São Sebastião

O Porto de São Sebastião é administrado pela Companhia Docas de São Sebastião, empresa vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). É uma delegação federal ao governo do estado de São Paulo, sendo, portanto, um porto público. Tem uma configuração natural que o coloca como a terceira melhor região portuária do mundo.

Os principais produtos de importação são: barrilha, sulfato de sódio, malte, cevada, trigo, produtos siderúrgicos, máquinas e equipamentos, bobinas de fio de aço e cargas gerais. Exportação: veículos, peças, máquinas e equipamentos, vitualhas, produtos siderúrgicos e cargas gerais.

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