Aprendizes de restauro dão vida nova ao patrimônio histórico de São Sebastião

Costa Norte
Publicado em 10/03/2011, às 14h00 - Atualizado em 23/08/2020, às 13h07

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Vinte jovens, entre 18 e 23 anos, estão dando uma nova cara ao Centro Histórico de São Sebastião. São aprendizes da Oficina de Restauro, uma parceria entre a Administração, por meio da Fundação Cultural São Sebastião, e o Senai - Escola Gaspar Ricardo Júnior (Regional Sorocaba).

Firmado em julho de 2010, o curso está prestes a concluir sua 1ª turma, entre o final de fevereiro e este mês. Com isso, o Centro Histórico vai ganhando nova aparência com a mudança nas edificações, em benefício da valorização do turismo local.

Atualmente, os alunos trabalham todas as manhãs no quarteirão em frente à Igreja Matriz. As edificações são particulares e o restauro é feito somente na fachada, sem intervenções na parte interna.

Economia

“É um incentivo para o proprietário. Ele cede a fachada para que seja usada como laboratório aos alunos, e esses aprendem a arte do restauro”, conta o instrutor especialista em restauro, Ewerton Borges. Também estudante de arquitetura e mestre de ofício, ele diz que a economia para o município em mão-de-obra chega a ser em torno de 40 a 50%, já que as ferramentas e o material são fornecidos pelo proprietário interessado na revitalização.

O restauro

As fachadas ganham vida nova com materiais compatíveis às construções originais – todas de pedra e cal de concha (moída com areia); como argamassa à base de cal e pintura em cal com pigmentos, ambas industrializadas.

A pintura com cal industrializada se dá por conta da umidade. A cal, quando utilizada na pintura funciona como um impermeabilizante. Ela suga a água de infiltrações e das chuvas para depois, com o calor, liberá-la por meio da evaporação.

Responsabilidade social

Não só a cidade, mas principalmente os jovens têm grandes benefícios com a Oficina de Restauro. A profissionalização é um deles. O diretor do Senai, Jocilei de Oliveira, na época do fechamento do convênio, destacou um trabalho semelhante desenvolvido em São Luiz do Paraitinga. “Naquele município, 30 jovens foram contratados após o curso”, informou.

 Já o prefeito de São Sebastião, Ernane Primazzi (PSC), na ocasião, destacou aos jovens as futuras chances de trabalho nesta área. “Podem estar certos de que estão se capacitando para uma mão-de-obra escassa e que as oportunidades serão boas. Os que concluírem o curso podem ser considerados artistas, pois é preciso muita sensibilidade para se recuperar o passado”, disse o prefeito.

Divisão de tarefas

No curso, o Senai entra com o acompanhamento pedagógico, apostilas, uniformes, equipamento de segurança e profissionais de pedagogia especializados. Já à prefeitura e à Fundação Cultural São Sebastião cabe a parte técnica do projeto, cuja coordenação está a cargo do arqueólogo diretor da fundação, Wagner Bornal.

Incentivos

Os alunos também recebem uma bolsa incentivo de R$ 200 por mês, alimentação (café da manhã e almoço)  e vale transporte ou passe escolar.

Para a aluna Rislene Araújo do Nascimento, de 22 anos, a oficina tem ajudado não só na profissionalização, mas também financeiramente. “A bolsa auxílio está ajudando muito em casa. Com ela eu posso comprar o que necessito”, diz a moradora da Olaria, na região central.

Próxima turma

Após o término da 1ª turma, outro grupo de 20 aprendizes será selecionado pela Setradh (Secretaria Municipal do Trabalho e Desenvolvimento Humano), com prioridade aos de baixa renda. O início da Oficina de Restauro para a 2ª turma está previsto para o mês de abril.

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