PARABÉNS!

Valongo, em Santos, "sopra velinhas" neste 13 de junho

Além de ser conhecido por suas características históricas e arquitetônicas, bairro se tornou uma espécie de "salão de festas" de Santos

Da redação
Publicado em 13/06/2023, às 08h58 - Atualizado às 10h02

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Arcos do Valongo têm sido palco de diversos eventos Valongo, em Santos, "sopra velinhas" neste 13 de junho Arcos do Valongo - Nathalia Filipe/Prefeitura de Santos
Arcos do Valongo têm sido palco de diversos eventos Valongo, em Santos, "sopra velinhas" neste 13 de junho Arcos do Valongo - Nathalia Filipe/Prefeitura de Santos

Nesta terça-feira, 13 junho, quem "sopra" as velinhas em Santos é um bairro que vem ganhando a fama de festeiro ultimamente: o Valongo, no Centro Histórico. O "salão de festas" da cidade sedia inúmeros eventos realizados em espaços que, assim como todo o bairro, mantêm características históricas e arquitetura de época. 

“Até o santista se surpreende com as riquezas do Valongo, quando faz os passeios aqui”. A constatação é da guia de turismo Soraia Bizarro que, desde 2009, recebe grupos de turistas e munícipes pelas ruas do Valongo.

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Soraia cita os inúmeros casarões históricos, a começar pelo Santuário Santo Antônio do Valongo, cuja pedra fundamental foi assentada em julho de 1640. A edificação tem estilo barroco e com interior revestido de azulejos com pinturas referentes à vida de Santo Antônio.

A celebração do aniversário do bairro em 13 de junho, aliás, está relacionada ao Santuário Santo Antônio do Valongo, como explica o historiador Dionísio de Almeida, da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams). “É o Dia de Santo Antônio, uma data importante para o catolicismo brasileiro. Muito popular no Brasil e em Portugal, esse santo é cercado de simpatias e tradições, sendo conhecido como o ‘santo casamenteiro’”.

A guia de turismo lembra ainda que o prédio onde funciona o Museu Pelé, desde junho de 2014, foi inaugurado em 1867 junto com a estação de trem, a primeira do estado de São Paulo. O prédio, hoje sede da Secretaria Municipal de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur) e do Estação Bistrô Restaurante-Escola, foi projetado na Inglaterra. “Os imigrantes que chegavam pelo porto partiam daqui para as fazendas de café, no interior paulista”.

Prédio onde funciona o Museu Pelé, desde junho de 2014, foi inaugurado em 1867 Valongo, em Santos, "sopra velinhas" neste 13 de junho Fachada do Museu Pelé (Nathalia Filipe/Prefeitura de Santos)

O Museu Pelé tem média mensal de 5 mil visitantes e atingiu o recorde de visitação de mais de 6 mil pessoas no dia 30 de dezembro do ano passado, um dia após a morte do Rei do Futebol. Além de abrigar peças do acervo de Edson Arantes do Nascimento, o espaço também tem recebido eventos como a Copa do Mundo do Clube do Botão de Santos que, em novembro do ano passado, reuniu cerca de 500 fãs da modalidade.

Além do Museu Pelé, outro importante endereço tem sido palco de eventos no bairro: no número 3 da rua Comendador Neto, os Arcos do Valongo. O espaço já recebeu, no ano passado, o Santos Jazz Festival e o Santos Criativa Festival Geek, entre outros encontros.

Arcos do Valongo têm sido palco de diversos eventos Valongo, em Santos, "sopra velinhas" neste 13 de junho Arcos do Valongo (Nathalia Filipe/Prefeitura de Santos)

Parque Valongo

Trabalhando há mais de 10 anos no Valongo, a também guia de turismo Ana Carolina Tani Kader atesta que os inúmeros eventos realizados no bairro estão mudando a perspectiva de como os santistas enxergam o Valongo. “As pessoas estão se apropriando do bairro, percebendo o quanto ele é rico historicamente”.

Segundo Ana Carolina, a tendência é de cada vez mais o Valongo se tornar palco de grandes eventos. No fim de semana passado, o Valongo recebeu a 14ª edição da Festa de Portugal, com atrações no Largo Marquês de Monte Alegre e nos Arcos do Valongo. “Estamos com uma perspectiva muito forte com relação ao projeto do Parque Valongo. Será um atrativo muito forte para esta região”, avalia a guia de turismo.

O Parque Valongo prevê a revitalização de armazéns na área portuária, transformando em espaço de cultura, lazer, atividades educacionais e tecnológicas. 

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Além do setor de eventos, o bairro passou a atrair investidores. Proprietária do antiquário Doca Antiguidades, Renata Viegas conta que “a ideia de investir no Valongo surgiu da grande vontade que eu já tinha de ter um espaço para comercializar antiguidades, e o Doca era o local perfeito para isso, unido ao grande potencial de crescimento do Centro de Santos”.

Renata diz que o retorno do investimento tem sido satisfatório. “Mas, com o grande fluxo de turistas, a volta das temporadas de cruzeiro e o investimento da prefeitura em eventos nos bairros do Centro Histórico, esperamos um maior conhecimento do público e um crescimento maior do negócio”.

Estação de trem foi a primeira do estado de São Paulo Valongo, em Santos, "sopra velinhas" neste 13 de junho Estação de trem do Valongo, em Santos (Esther Zancan)

Antes de ser papa, Pio IX esteve no bairro

Como o que não falta no Valongo são fatos históricos, o historiador Dionísio de Almeida cita um não muito conhecido: em 1823, o Santuário recebeu uma visita de uma pessoa que, posteriormente, se tornaria famosa: o padre João Mastai Ferreti. Ele se tornou papa entre os anos de 1846 e 1878, com o nome de Pio IX. Ferreti dormiu no convento antes de uma viagem ao Chile, em missão diplomática.

Já a historiadora Karime Moussalli fala de um outro importante dado histórico, o embate entre os valongueiros e os quarteleiros. “No século 19, o embate era grande entre os que moravam no Valongo e as pessoas que moravam perto dos quartéis militares. Essa rivalidade aumentou na metade do século, entre os anos de 1850 e 1860”. Ela explica que, nessa época, o Valongo prosperava muito na área comercial e os quarteleiros não aceitavam. “Foram muitos conflitos. Eles só deram as mãos quando surgiu a ideia de retirar parte da igreja para a construção da estrada de ferro. Eles se uniram para que isso não acontecesse”.

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