''COISA ESTRANHA''

“Uma humilhação”, lamenta violinista acossado por 15 guardas em Santos

Moradores se solidarizam com músico e criticam ação da guarda municipal. Prefeitura diz que não houve truculência e que órgãos da Cultura vão se reunir com artista

Da redação
Publicado em 20/07/2023, às 15h41 - Atualizado às 16h16

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Cercado por mais de 10 guardas municipais por tocar violino, artista de rua protestou “Uma humilhação”, lamenta violinista acossado por 15 guardas em Santos Montagem com duas fotos que mostram homem segurando violino cercado por vários guardas - Imagem: Reprodução
Cercado por mais de 10 guardas municipais por tocar violino, artista de rua protestou “Uma humilhação”, lamenta violinista acossado por 15 guardas em Santos Montagem com duas fotos que mostram homem segurando violino cercado por vários guardas - Imagem: Reprodução

Um violinista foi impedido de tocar seu instrumento por mais de uma dezena de guardas municipais em Santos, litoral de SP, no final da tarde de terça-feira (18). O caso aconteceu em frente ao shopping Miramar no Gonzaga, um dos bairros mais tradicionais da cidade.

Em protestos nas redes sociais, o músico Robson Peres disse que se apresenta há mais de uma década no local e que se sentiu humilhado e ultrajado com a abordagem. “Isso é uma humilhação que eu tô passando aqui. Não estou roubando, estou trabalhando”, afirmou Robson durante uma transmissão nas mídias sociais no momento da abordagem. “Quinze policiais para me coagir porque estava tocando violino”, completou. A reportagem ainda não conseguiu contatar o artista.

Segundo apurado pelo Portal Costa Norte, a guarda foi acionada por pessoas ligadas ao shopping Miramar que se incomodam com as apresentações, embora elas sejam na calçada. Questionada via assessoria, a direção do estabelecimento não se pronunciou.

Moradores da cidade se solidarizaram com o músico e criticaram a abordagem. “Robson toca seu violino há anos no mesmo lugar e nunca houve desordem”, declarou um morador nas mídias sociais. “Uma cidade celeiro de artistas, que pulsa arte, reprime novamente um filho seu”, criticou outro. “É inconcebível a atuação da GCM contra o artista. Há coisas estranhas acontecendo em nossa Santos”, lamentou outro.

Questionada nesta quinta (20), a prefeitura de Santos afirmou que os GCMs atenderam a um chamado de perturbação da ordem pública. “Outros guardas que faziam ronda de rotina nas imediações também se dirigiram ao local, mas logo voltaram ao patrulhamento”, disse o órgão, que acrescentou:

“Não houve nenhum tipo de ação truculenta ou necessidade de condução das partes envolvidas às autoridades policiais. Após orientação da GCM para diminuir o volume do som da caixa, o artista optou – por livre e espontânea vontade – deixar o local”. 

Segundo a gestão municipal, a secretaria de Cultura e o Conselho de Cultura de Santos vão se reunir com o músico na próxima semana. “Santos mantém o compromisso de estimular e garantir que a arte e a cultura estejam em todas as partes da cidade”, concluiu a prefeitura.

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