Os cruzeiros marítimos são fundamentais para o sistema portuário e para Santos, pois têm função estratégica para o futuro do porto e para o turismo. Para o secretário de Assuntos Portuários da prefeitura, Sérgio Aquino, que nesta terça-feira (19) participou do seminário ‘O mercado de cruzeiros marítimos no Brasil’, no Terminal de Passageiros Giusfredo Santini -, o Concais, “as cidades que recebem os transatlânticos não podem ser tratadas como meros locais de parada”. Em sua palestra ‘O impacto da atividade nos destinos indutores’, Aquino destacou que os terminais portuários e as bases receptivas para cruzeiros marítimos precisam ser projetados considerando-se as necessidades internas e externas, com destaque para acesso e estacionamento. “Os trens não passam na área dos terminais de carga. Por que isso ocorre nas proximidades do Concais, reconhecidamente o melhor terminal do país?”, questionou. Ele ainda disse ter ouvido do passageiro de um dos ônibus que leva os turistas aos transatlânticos o comentário de que “iriam primeiro a São Paulo para depois embarcar”, tal as voltas que o veículo faz antes de chegar ao navio.
Porto principal “Não podemos permitir que questões que têm solução denigram a imagem e não potencializem a capacidade turística da cidade”, frisou Aquino, defendendo a instalação de um novo terminal marítimo no centro, que valorizará o que hoje existe nessa área histórica. Mas ele também ressalva a necessidade de novos atrativos em suas imediações. “Se continuarmos parados, outros municípios podem assumir o nosso lugar como home port do país, porque hoje não dispomos de atrações de nível internacional”. Aquino lembrou os investimentos da prefeitura (sinalização viária para o terminal, indicações dos pontos turísticos em português e inglês, rotas especiais para ônibus, programa Santos, todos a bordo!) e o projeto Porto Valongo Santos, já em andamento, que transformará a área dos armazéns 1 a 8 em um complexo turístico, náutico, cultural e empresarial de nível internacional.
Parado no tempo Em sua concepção, o terminal de cruzeiros marítimos é um instrumento urbanístico e não portuário. “Quem não pensa o contrário está parado no tempo”, afirmou, citando o Porto de Yokohama, no Japão, como marco da inovação urbana e portuária, onde foi construída uma praça arborizada no lugar do telhado do terminal de passageiros.
Relatórios anuais O secretário defendeu ainda a criação de um instrumento logístico portuário na SEP (Secretaria Especial dos Portos) da presidência da República, para atuar no planejamento e gestão. Para ele, é necessária a geração de relatórios anuais sobre consumo de bordo em cada porto para saber qual o retorno para as cidades; o que foi comprado no município, região e Estado; quantos contratados moram em Santos, na região ou no Estado; qual a procedência do combustível e dos alimentos, e quanto se arrecada em atividades privadas e impostos.
Presenças O seminário contou ainda com autoridades federais e da Marinha; representantes da Codesp, Concais, segmento turístico e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável. A programação foi encerrada às 18h, após debate.
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