No embalo da capoeira, a socialização de idosos

O som do berimbau ecoa no salão do Centro de Convivência da Zona Noroeste, em Santos, e serve para o professor Ubirajara Santos Conceição chamar os 17 alunos, de 57 a 85 anos, além da mascote de 7 anos. Às 10h começa a tradicional roda de capoeira, e os 45 minutos seguintes serão de muito movimento, com exercícios para o corpo e estímulo à socialização. As atividades na unidade da prefeitura começaram há quatro meses, às terças e quintas-feiras, e, nesse pouco tempo, o professor, formado em educação física, testemunhou algumas mudanças nos alunos. Idosos que superaram a timidez, a agressividade, falta de equilíbrio e, agora, viraram amigos e se reúnem no fim de semana. Desde os 16 anos, Jurema Santos Conceição tem um pino de platina na coluna. Ela atribui à capoeira o fato de preservar muitos movimentos. “O médico disse para eu continuar e quando estou jogando capoeira até esqueço a dor nas costas”. Outra aluna assídua, Norma Barbosa Dalbone, 70, disse que pertence a uma família de obesos e atribui uma conquista ao novo esporte. “A capoeira e outras atividades que faço me ajudam a não engordar mais”. Já a nova capoeirista Maria Neuza Nunes da Conceição, 57, afirma que a atividade devolveu sua alegria. “Mudei muito depois dessas aulas, estou mais calma”. O Centro de Convivência da Zona Noroeste fica na rua Gilberto Franco Silva, 317, telefone (13) 3299 2912. Para participar da aula de capoeira ou outra oficina, antes é preciso ser atendido pelo Centro de Referência de Assistência Social.