Mulher sabota ato bolsonarista em Santos

Uma técnica de enfermagem de 55 anos se infiltrou entre bolsonaristas e sabotou um protesto antivacina neste domingo (21), em Santos, no litoral de São Paulo. Um vídeo da ação foi divulgado pelo filho da mulher e fez sucesso nas redes sociais (assista abaixo). 

Audaciosa, a mulher vestiu camisa e chinelos verde amarelo e se enfiou no meio de um ato antivacina - notória pauta bolsonarista - na praça da Independência, no bairro Gonzaga, um dos mais tradicionais de Santos.

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Uma vez Infiltrada, a trabalhadora da saúde Suzi Miriam dos Santos pediu a palavra e fez um discurso pró-vacina e pró máscara, contrariando o discurso dos presentes no ato, entre aplausos de passantes e constrangimento dos protestantes que lhe tomaram o microfone.

“Eu sou a favor da máscara. Ele [protestante] perguntou quem viu alguém morrer de Covid. Eu vi vários colegas meus, eu trabalho na Saúde, eu fiquei 21 dias na UTI com edema pulmonar.”, diz, enfática, a mulher, em parte do discurso. 

O vídeo da sabotagem fez sucesso nas redes sociais, após ser compartilhado pelo filho da técnica de enfermagem, o publicitário Matheus Ramos Dias, de 26 anos.

"Minha mãe se meteu num protesto a favor do Bolsonaro vestida de verde, pediu o microfone pra falar, chamou o Bolsonaro de psicopata e mandou todo mundo se vacinar", sintetiza, orgulhoso, Matheus. Na conta do jovem no Twitter, as imagens acumulam quase 360 mil visualizações.

Segundo informações, Suzi estava almoçando na região quando ouviu os participantes do ato se pronunciando num microfone contrariamente à vacinação e ao uso de máscara e resolveu intervir.

Rapidamente, a mulher providenciou trajes verde e amerelo e, se passando por apoiadora, entrou no meio do ato. O que os participantes não esperavam, porém, era que o discurso da mulher contrariava o que eles propalavam.

Nas imagens, durante a fala da trabalhadora da saúde, uma apoiadora brada. “Leva seu cachorro pra comer na Venezuela”, a enfermeira, porém, prossegue seu discurso em apoio à vacinação.  

“Eu me sinto ofendida, como profissional de saúde, quando desmentem a gravidade do Covid. Quando o seu direito de tirar a máscara compromete a vida dos outros, você tá errado. Na nossa saúde, foram mais de 600 mil mortes.”, argumenta Suzi, sob palmas de alguns passantes, uma  pessoa  grita entusiasmada: "Maravilhosa". 

Em seguida, um dos participantes do ato toma o microfone da mulher que, antes de entregá-lo, contesta, provocativa. “Se é democracia, deixa eu falar”. Segundo informações, Suzi saiu do protesto em segurança, escoltada por policiais militares que monitoravam o ato.

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