No final de março, a Polícia Federal (PF) desarticulou um esquema de exportação de cocaína por meio de contêineres que saíam do porto de Santos para a Europa, Cuba e África. A chamada Operação Oversea iniciou em 2013 e, na última semana, o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu mais duas novas denúncias contra integrantes da megaquadrilha composta por mais de 40 criminosos. O MPF listou oito bandidos envolvidos em três ações ilegais registradas entre agosto e novembro de 2013. De acordo com a denúncia, eles participaram de negociações que enviariam 421 quilos de cocaína à Europa, por isso, o órgão pede à Justiça Federal que os condene por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e constituição de organização criminosa. Conforme apontaram as investigações que deflagraram o esquema, os criminosos recebiam a droga oriunda de países vizinhos, como Bolívia e Colômbia, e inseriam o material em navios cargueiros com destino à Alemanha, Bélgica e Espanha. Os tabletes de cocaína foram acondicionados em malas de viagem e colocados em contêineres com cargas de algodão e ração animal. Após a travessia, os receptores recolhiam os pacotes nos portos europeus. As trocas de mensagens entre os criminosos foram monitoradas e permitiram às autoridades o acompanhamento das ações e a apreensão das mercadorias ilícitas ainda em Santos. Ao todo, mais de três toneladas de cocaína negociadas pela quadrilha desde julho de 2013 foram apreendidas. Segundo as investigações, o bando possui uma extensa ramificação, cujas atividades envolveram, inclusive, o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que atua dentro e fora dos presídios paulistas. O grupo possuía duas células principais: uma responsável pela aquisição da droga em países vizinhos e o envio ao exterior, e a outra cuidava da logística no terminal portuário, com atuação em diversos pontos de embarque. Os criminosos participaram de pelo menos 21 operações de exportação de cocaína. No procedimento de exportação, os contêineres eram carregados em locais privados conhecidos como Redex - Recintos Alfandegários de Exportação, onde eram lacrados e encaminhados ao porto para embarque.
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