Atacante Bruno Mezenga foi vítima de injúria racial em grupo de WhatsApp após perder pênalti decisivo na Copa do Brasil
Na manhã de ontem (14), a Polícia Civil do 2º Distrito Policial de Santos identificou um jovem de 19 anos como sendo o responsável por ofensas racistas contra o atacante profissional Bruno Mezenga do Santos Futebol Clube. O jogador compareceu à unidade policial acompanhado de seu representante legal para relatar o crime após uma partida de futebol no final de maio.
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No dia 31 de maio, o Santos disputou uma partida contra o Esporte Clube Bahia na cidade de Salvador; segundo jogo válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
Como o jogo terminou em empate, a decisão foi para a disputa de pênaltis e Bruno Mezenga desperdiçou sua cobrança resultando na desclassificação do clube santista. No dia seguinte, uma postagem com teor racista circulou nas redes sociais em um grupo de WhatsApp (veja abaixo).
O Santos Futebol Clube tornou público o caso de racismo envolvendo um de seus jogadores e informou que o atleta registrara um boletim de ocorrência por injúria racial na polícia com o apoio do departamento jurídico.
O próprio Bruno Mezenga se pronunciou sobre o ataque criminoso, ressaltando a importância de combater o racismo e exigir punição para os responsáveis. Ele afirmou:
"Acredito que hoje não falta informação, o que falta é respeito e empatia. Um ato racista não pode mais ser ignorado. Estamos vivendo um momento de conscientização e uma luta para que esse tipo de coisa não aconteça mais, nem no esporte e nem em lugar algum. Não cabe mais nos dias de hoje pessoas com atitudes racistas ficarem impunes. É triste ver uma pessoa que se diz torcedor do Santos cometendo um ato RACISTA."
Após a denúncia feita pelo atleta, a Polícia Civil de Santos iniciou as investigações e conseguiu identificar o autor da postagem racista na tarde de ontem. No entanto, o acusado ainda não foi preso. Segundo a Polícia Civil, todos os procedimentos serão encaminhados à 6ª Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva – DRADE do DOPE/SP, que será responsável por ouvir o jovem e dar seguimento às investigações.
Em janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.532/2023 que alterou a Lei 7.716/1989 (Lei do Crime Racial) para tipificar crime de racismo e injúria racial com pena de dois a cinco anos de reclusão. Enquanto o racismo é entendido como um crime contra a coletividade, a injúria é direcionada ao indivíduo.
Já na tarde de ontem (14), o presidente da República sancionou a Lei do Esporte que impõe punições severas para casos de racismo e homofobia nos estádios de futebol brasileiros.
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De acordo com a Nova Lei Geral do Esporte, quem cometer racismo, homofobia, sexismo e xenofobia estará sujeito a uma multa que varia de R$ 500 a R$ 2 milhões a depender da gravidade do crime.
As punições também valerão para os clubes. De acordo com o texto, a torcida organizada que praticar violência e discriminação ou invadir o campo, por exemplo, poderá ser banida dos estádios por cinco anos.
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