Santos tem três casos da doença confirmados em aves; Vigilância Epidemiológica mantém dez pessoas em observação
Três aves da espécie migratória trinta-réis já foram diagnosticadas positivamente para gripe aviária em Santos desde o início de junho. Os pássaros foram recolhidos em diferentes bairros por equipes do Gremar, instituto especializado no atendimento veterinário de animais marinhos.
O município não tem casos confirmados da doença em humanos. Entretanto, todos os cidadãos que entrarem em contato com aves que apresentem algum sinal de doença devem passar por um período de observação de dez dias. A Vigilância Epidemiológica de Santos orienta a adesão ao uso de máscaras durante este período; também aconselha a não entrar em contato com idosos e pessoas com comorbidades.
“A cada ave infectada, temos uma média de três pessoas que tiveram contato com o animal. Isso acontece porque elas querem chegar perto para conter o pássaro e tentar colocá-lo em uma caixa, mas isso é extremamente contra-indicado”, expõe o veterinário e chefe do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores de Santos, Alexandre Nunes.
Ainda de acordo com o profissional, Santos tem hoje dez pessoas em observação por conta de contato direto com aves que apresentaram sintomas suspeitos. “Nós tivemos uma médica veterinária que trabalha para o município com sintomas suspeitos, mas no fim constatou-se que ela tinha gripe comum”, esclarece.
Nunes relata que o vírus causa apreensão não só do ponto de vista sanitário, mas também pode prejudicar a economia do país. “Uma de nossas principais preocupações é não deixar que a gripe aviária chegue em aves de produção. Se esse vírus atingir um galpão de frangos com 10 mil animais, todos eles terão que ser sacrificados, causando problemas no setor de alimentação”, exemplifica.
Sobre a gripe aviária
A gripe aviária é um tipo de vírus influenza, conhecido como a variação H5N1. Ele é transmitido principalmente entre aves, mas também pode acometer mamíferos, inclusive seres humanos. A patologia teve os primeiros casos registrados na América do Sul apenas em 2023, apesar de ter sido identificado na Ásia desde a década de 1990. Até a data de publicação desta matéria, o Brasil já registrou 77 casos positivos de influenza aviária de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária.
Cuidados
Ter contato com aves que apresentem sintomas suspeitos é considerado um comportamento de alto risco sanitário. Em entrevista para a TV Cultura Litoral, o secretário de Meio Ambiente de Santos, Marcos Libório, elucida sobre os cuidados que a população deve tomar ao se deparar com um animal possivelmente doente/infectado. “Peço que a população não manuseie nem se aproxime de aves com comportamento estranho, convulsionando ou desacordadas. O comportamento correto a se adotar é ligar imediatamente para a guarda municipal, polícia ambiental ou Gremar para que eles resgatem as aves”, instrui.
Sinais de que uma ave pode estar com gripe aviária:
- pescoço caído para o lado ou para trás;
- dificuldade de locomoção;
- sinais de convulsão;
- desorientação;
- alteração nos olhos (pálpebras inchadas e/ou avermelhadas);
- espirro, tosses, dificuldade respiratória e diarréia.
O município de Santos orienta que os moradores da cidade telefonem para a Guarda Civil Municipal no número 153 caso encontrem uma ave de qualquer espécie que apresente aspecto adoentado ou esteja morta. Se os animais forem encontrados na faixa de areia, deve-se ligar para o Instituto Gremar no telefone 13 99711 4120 ou para a Polícia Militar Ambiental no 13 3348 4750.
Em Santos, aves com suspeita de gripe aviária, mesmo que sem sintomas neurológicos, são enviadas para um quarentenário montado no Jardim Botânico para observação e testes clínicos. A área foi instalada onde normalmente funciona a Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida). Todos os cães e gatos atendidos pelo Codevida foram encaminhados para a sede Jabaquara. Aves confirmadamente infectadas pela gripe aviária são automaticamente eutanasiadas, incineradas e descartadas como lixo biológico.
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