Biólogo pede para que as pessoas evitem tocá-las; entidades especializadas devem ser acionadas para remover os animais
Uma família tem passado por apuros no bairro Santa Maria em Santos. Cobras da espécie Micrurus corallinus, a chamada Cobra-coral (coral verdadeira), têm aparecido com frequência na região. Fabíola Alves do Nascimento é uma das moradoras do local, divide a casa com os avós e está com medo da situação. A denúncia foi publicada na página do Viver no Morro e Região.
“Aqui em casa só entraram duas, na casa do vizinho foram cinco! Ontem, acharam uma enorme na escada. A gente está super assustado. Aqui tem criança, tem cachorro e nossas famílias. Outras cobras já apareceram aqui, inclusive uma Jararaca”, disse a autônoma.
Segundo Fabíola, um terreno próximo da casa onde mora com a família está cheio de mato, necessitando de limpeza, o que pode estar atraindo os bichos; ela pede à prefeitura uma solução para o problema.
“Ele (terreno) está praticamente abandonado! O mato está enorme e a gente está torcendo para resolver isso", desabafou a moradora. Uma equipe da Subprefeitura dos Morros esteve no local e realizou a limpeza do terreno.
O biólogo Luiz Eduardo dos Santos afirma que essa espécie de serpente é comum no Brasil e, por causa do calor típico desta época do ano, elas acabam se expondo mais porque seu metabolismo é regulado pela temperatura ambiente.
“É um animal peçonhento. Quando o tempo está muito quente, o metabolismo deles está mais acelerado; eles estão caçando comida, principalmente outras serpentes”, disse o biólogo.
A chuva também é outro fator determinante. “ Se chover, a água pode arrastá-la, ela pode descer com as encostas”. Luiz reforça que quando houver esse tipo de situação - uma serpente dentro de casa -, a pessoa deve evitar tocar no animal.
“Não é para pegar! O ideal é ligar para uma instituição especializada, como a Polícia Militar Ambiental, para fazer o resgate e soltar o bicho numa área de preservação”. Se for uma urgência, o biólogo dá a seguinte dica: “Pegue uma caixa com tampa e com uma vassoura direcione a cobra para perto da caixa. Vire a caixa em cima do bicho com o auxílio da vassoura e espere o especialista chegar”.
Por se tratar de uma região de morro com áreas de mata, é normal que cobras habitem o local. Luiz ressalta que essa espécie tem grande importância, pois suas toxinas são alvo de estudos para criação de vacinas e remédios, inclusive contra o câncer, além de controlar pragas urbanas como os ratos.
“Eu sei que é difícil pra quem tem medo, o pessoal tem a visão de um bicho asqueroso, que tem que matar, mas eles são muito importantes! Não mate! Tem alguém habilitado para levar o bicho para outro lugar”.
A prefeitura de Santos foi procurada para falar sobre o problema e informou que a Guarda Civil Municipal não foi acionada. “Esclarecemos que se trata de animal silvestre e o manejo/captura e orientações são de competência do Ibama e da Polícia Militar Ambiental”.
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