Inaugurada no dia 16 de janeiro com a presença de diversas autoridades, o novo equipamento promete maior segurança aos usuários, porém ciclistas reclamam do local
Thiago Reis Dantas
Publicado em 25/01/2023, às 09h54 - Atualizado às 10h30
Diariamente, 20 mil pessoas utilizam as lanchas e embarcações que fazem a travessia entre o centro de Santos e o distrito de Vicente de Carvalho, Monte Cabrão e as ilhas Barnabé e Diana. Muitos desses usuários são ciclistas e são justamente eles que estão cobrando algumas ações para melhoria da nova passarela, que passa sobre as pistas da avenida Antônio Prado. Antes, as pessoas tinham que atravessar a via - que possui tráfego intenso de caminhões - para chegar ao local.
O empreendimento custou R$20 milhões. A estrutura possui escadas adaptadas para subida de bicicletas, entretanto os ciclistas estão sofrendo. Desde a abertura, a passagem em nível existente no local não pode ser utilizada para a travessia da linha férrea, ocasionando dor de cabeça para quem usa a bicicleta como meio de transporte.
Há relatos do problema nas redes sociais. "Quem teve a ideia de fazer essa ponte e ainda fechar o portão da passagem férrea não atravessa todos os dias para trabalhar! Uma passarela sem segurança nenhuma, uma péssima obra, degraus vazados que expõem as mulheres de saia e vestido! Elevador não funciona, pessoal que precisa subir de bicicleta tem que carregar nas costas”, disse Luana Lima. “Muitas pessoas passam com a bicicleta cargueira cheia de coisas para trabalhar. Sem condições de subir a escada”, resumiu Jonathan Fontes.
O projeto foi viabilizado por meio de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Santos, a Santos Port Authority (SPA) e a Rumo. Procuradas para falar sobre as reclamações, a prefeitura e a Rumo informaram que a passarela está sob responsabilidade da Autoridade Portuária de Santos (Santos Porth Authority - SPA).
Por sua vez, a SPA afirmou por nota que o projeto não foi elaborado pela Autoridade Portuária, que tão somente analisou suas possíveis interferências nas atividades portuárias. Sua aprovação, no que tange ao dimensionamento e atendimento aos usuários, também não ficou a cargo da SPA. O referido projeto foi submetido aos órgãos municipais pertinentes, incluindo o Condepasa. Também diz que somente assumiu a manutenção da passarela a partir de sua doação, ocorrida oficialmente no dia 16 de janeiro. A instituição possui um contrato ativo para a manutenção preventiva e corretiva dos elevadores, os quais têm capacidade média de 16 pessoas por viagem e devem ser prioritários para pessoas com mobilidade reduzida e necessidades especiais.
“Sobre as reclamações dos ciclistas, esclarecemos que as escadas são dotadas de canaletas para os pneus a fim de facilitar a subida e a descida das bicicletas, não havendo necessidade de que sejam carregadas”, encerrou a nota.
O Departamento Hidroviário de São Paulo, órgão responsável pelas lanchas que fazem a travessia Santos/ Vicente de Carvalho, também foi contactado, mas não respondeu aos nossos questionamentos.
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