União oficializou a cessão de área à prefeitura de Santos, para a construção de 60 casas sustentáveis destinadas às famílias já residentes
A Superintendência do Patrimônio da União (SPU), do governo federal, oficializou a cessão de uma área à prefeitura de Santos, para a execução do projeto-piloto Parque Palafitas, um plano de urbanização do dique da Vila Gilda. O projeto-piloto prevê a construção de 60 casas sustentáveis às famílias que já residem na área, com isso, além de promover o bem-estar, a iniciativa também visa a recuperação ambiental.
O prefeito Rogério Santos comentou que o projeto já possui licença ambiental e que o próximo passo é a busca por financiamento junto ao governo do estado, para a assinatura dos repasses e início da construção dos módulos.
De acordo com o superintendente da SPU em São Paulo, Celso Santos Carvalho, a parceria faz parte de uma das metas do governo federal para habitação social. “A SPU toma conta dos terrenos da União, mas não pode fazer essa gestão. Por isso, é importante ter parceria com os municípios. E, em Santos, a gente consegue as condições ideais para parcerias”, ressaltou.
Iniciado em 2018, pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner, o projeto-piloto foi desenvolvido especialmente para o dique da Vila Gilda. A base é a substituição das palafitas por estruturas pré-fabricadas, além da construção de prédios em áreas secas próximas à via.
“Esse tipo de construção ainda não foi feito em nosso país. Existem exemplos, mas em outros países. Usamos a mesma metodologia de construção de um terminal portuário, que é justamente o estaqueamento com laje. Sabendo que o solo é difícil, mas é algo feito na área portuária, que será adaptada para a habitacional. Usaremos uma metodologia construtiva mais simples e rápida, que é de casas pré-fabricadas. Será um bairro realmente estruturado”, explicou o prefeito.
Além de oferecer condições dignas aos moradores, o projeto tem abordagem sustentável e social. “Promover a recuperação do meio ambiente com habitação é o melhor programa social que existe, porque valoriza a dignidade das pessoas, a segurança e o desenvolvimento econômico também”, completou.
Pela proposta, as habitações ficarão sobre pilares de concreto, com saneamento básico, piso e paredes de painéis de madeira laminada. O foco é preservar a comunidade local, removendo apenas as habitações mais vulneráveis junto à água, para permitir a regeneração do mangue e criar espaços de lazer, chamados de respiros. Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Glaucus Farinello, o intuito é manter o máximo possível de pessoas na localidade e na reorganização do território; alguns locais serão destinados a áreas verdes e de recuperação do mangue.