RECOMEÇO ANIMAL

Após perder o braço em descarga elétrica, bicho-preguiça se recupera em Santos

Victória se aventurou em busca de alimentos no trecho urbano de Guarujá e acabou sofrendo um grave acidente na fiação elétrica local; animal se recupera no Orquidário de Santos

Da redção
Publicado em 09/08/2022, às 14h56 - Atualizado às 16h46

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animal se recupera no Orquidário de Santos Bicho-preguiça - Fotos: Carlos Nogueira-PMS
animal se recupera no Orquidário de Santos Bicho-preguiça - Fotos: Carlos Nogueira-PMS

Ao observar Victória, uma bicho-preguiça dócil, agarrada num pedaço de galho e comendo suas frutas favoritas no Orquidário de Santos, é impossível imaginar por quantos apuros o animal de apenas dois anos (considerado um adulto jovem para a espécie) passou nos últimos dias.

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No último dia 16 de julho ela foi vítima de uma grave descarga elétrica, nas imediações da Serra do Guararu (Guarujá). Provavelmente em busca de comida, o animal se aventurou por trechos urbanos e acabou sofrendo o acidente.

Foi aí que teve início uma verdadeira luta contra o tempo para salvar a vida do animal. Os moradores locais pediram apoio da Guarda Municipal do Guarujá, que realizou o transporte do animal para o Orquidário de Santos, tido como referência no tratamento e readaptação de animais silvestres acidentados.

No espaço, Victória recebeu os primeiros atendimentos da equipe veterinária do parque e, no dia seguinte, foi operada pelo médico veterinário José H. Fontenelle. Segundo ele conta, o braço esquerdo do animal sofreu graves queimaduras e estava em parte carbonizado pelo choque.

Por conta disso, foi necessária a amputação do membro. “A descarga elétrica também ocasionou lesões internas e na pele, mas sem risco de perder outros membros”. Fontenelle disse ainda que  sua a maior preocupação agora é com uma grande lesão que ela possui na barriga.

Animal sofreu uma grave descarga elétrica, nas imediações da Serra do Guararu (Guarujá) Bicho-preguiça (Fotos: Carlos Nogueira-PMS)

Tratamento vip e carinho

O tratamento da Victória é repleto de cuidados especiais e carinho de todos os envolvidos, em uma rotina complexa, que dura quase o dia inteiro e conta com o apoio de todos os colaboradores do Orquidário.

Segundo informou a prefeitura de Santos, um veterinário é o responsável pelo tratamento a laser e outro pela ozonioterapia. Além disso, toda equipe se reveza para fazer as duas trocas de curativo diárias, procurar as folhas e frutos de embaúba no parque e auxiliar o animal na alimentação.

É justamente essa luta pela alimentação o maior desafio da equipe. Victória tem uma predileção pelas folhas e frutos de embaúba. O problema é que sua comida favorita precisa ser colhida em alturas que variam entre 2 e 6 metros. Para realizar a missão, em busca do precioso alimento, um funcionário do parque improvisou uma corda para laçar folhas e frutas.

E todo esse carinho é sempre recompensado. “Quem tem uma embaúba na mão tem o amor dela” conta a auxiliar veterinária Paula Lemos, que relata ainda o fato de estarem sempre limpando as feridas e dando atenção como fatores preponderantes para passarem tanto tempo com ela.

Futuro

O procedimento padrão quando lidam com animais silvestres no Orquidário é recuperar o animal o mais rápido possível e tentar, com o apoio dos órgãos ambientais, fazer a devolução dele para a natureza.

No entanto, com Victória, isso se tornou um grande desafio, devido às lesões sofridas e por ser um animal muito difícil de viver em cativeiro. “A expectativa é de ficar aqui mesmo no Orquidário, pois, infelizmente, ela não tem autonomia e, aparentemente, será muito difícil ter condições de ser devolvida para natureza”, explica Fontenelle.

Apesar disso, de toda a luta pela sobrevivência e carinho dos envolvidos no tratamento, Victória conseguiu encantar os funcionários do parque e, quem sabe, dentro de alguns meses, seja mais um morador de Santos, vivendo entre as tão amadas embaúbas do Orquidário.

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O que fazer ao encontrar um animal silvestre?

1- Ao avistar um animal silvestre, afaste os seus animais domésticos para que não haja interação entre eles, evitando assim que se machuquem;

2- Não alimente o animal silvestre. Lembre-se que ele vive solto na natureza e encontra o seu próprio alimento. O ato de oferecermos alimento a ele pode interferir em como age em seu habitat, além de colocar sua vida em perigo, expondo-o a vários tipos de acidentes como: ataques por animais domésticos, choque elétrico em redes de energia, atropelamentos, entre outros.

3- Perceba se o animal apresenta ferimento visível ou se locomove com dificuldade. Caso afirmativo, entre em contato com a Secretaria de Meio Ambiente de sua cidade, para orientações e possível resgate.

4- Caso seja filhote, entre em contato com a Secretaria, para orientações e posterior resgate, se necessário, pois quando se trata de filhotes de aves por exemplo, sempre observe se a mãe não está por perto. É comum filhotes de aves estarem no chão quando eles começam a aprender a voar. Nestes casos, o recolhimento não é necessário.

5- A Polícia Militar Ambiental ou o órgão responsável pela fauna de seu município devem ser acionados imediatamente para que façam a captura e encaminhem o animal a um local de atendimento.
Polícia Ambiental pelo telefone (12) 3842-0123 no Litoral Norte ou nos telefones; (13) 3348-4774 e (13) 3853-5750 para quem está na Baixada Santista ou Vale do Ribeira.

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