Vítima afirma que conseguiu fugir pulando o muro, após marido chegar de bar, espancá-la e esquecer aberta a porta que era trancada com cadeado; à polícia, mulher relatou que, além de sequestrá-la, marido impunha a ela rotina de espancamentos, ameaças de morte, agressões verbais e violência patrimonial
Da redação
Publicado em 31/08/2021, às 11h41 - Atualizado às 16h11
Um homem foi acusado pela esposa de mantê-la em cárcere privado durante cinco meses, em Praia Grande, no litoral de SP. Na madrugada deste domingo (29), a mulher afirma que conseguiu escapar pulando o muro do portão da residência, enquanto o marido dormia, ao perceber que ele havia chegado de um bar e esquecido a porta da residência aberta.
Ferida, após um espancamento naquela mesma noite, a mulher correu direto para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro Quietude, onde recebeu atendimento médico e foi orientada a procurar a polícia imediatamente.
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Ela assim fez. Aterrorizada, a mulher nem esperou o dia amanhecer e por volta das 2h da madrugada do mesmo dia, procurou o 1º DP de Praia Grande. Lá, a mulher relatou que, além de tê-la mantido em cárcere privado por cinco meses, fora obrigada a aguentar do marido abusador uma série de sevícias, tais como, espancamentos, ameaças de morte, agressões verbais e violência patrimonial .
O caso foi registrado na delegacia como lesão corporal, injúria, ameaça, violência doméstica, sequestro e cárcere privado. O marido pode responder judicialmente por todos os crimes.
Em depoimento, a mulher de 37 anos afirma que se casou com o homem, um ajudante de pedreiro um ano mais velho, há cerca de um ano e meio. No primeiro ano de relacionamento, diz ela, ambos viviam em harmonia. Porém, afirma, tudo mudou nos últimos seis meses, quando o marido começou a agredi-la e ofendê-la constantemente.
O marido, relata a mulher, começou a trancar com cadeado a porta e o portão da residência, localizada no bairro Nova Mirim. Sempre que o marido sai, disse ela, a mantinha presa em casa. Além disso, a mulher afirma que, no mesmo momento em que começou a prendê-la, o homem a deixou incomunicável com seus parentes e amigos, quebrando seu aparelho celular e o chip e proibindo-a de usar outro aparelho.
O marido, relata a mulher, também rasgou todos os seus documentos pessoais, jogou fora os cartões bancários, passaporte e carteirinha de vacinação dela. O desespero era tamanho, relembra a mulher, que, quando o marido seviciador saía, ela, presa em casa, se exauria gritando por socorro de vizinhos. Ninguém nunca atendeu os gritos, diz ela.
Na noite deste domingo, quando horas mais tarde ela finalmente fugiria, a mulher relembra que o marido chegou de um bar, por volta das 19h, e iniciou mais uma sessão de temerosos espancamentos. Ele, diz ela, passou a agredi-la com um cabo de vassoura, socos, chutes, bem como bateu sua cabeça contra o chão.
O registro policial confirma as agressões. “No momento a vítima apresenta lesões visíveis, recentes, e lesões que aparentam terem sido praticadas em outras ocasiões”.
A polícia encaminhou a mulher para exame de corpo de delito e para uma ONG que acolhe mulheres vítimas de violência. A mulher não informou no depoimento se deseja representar criminalmente contra o marido que a sequestrou.
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