Resgate e perícia preliminar concluíram que há fortes indícios de morte por espancamento; filho vivia com idosa e esposa; no dia anterior, vizinhos haviam chamado a polícia; há relatos de que comportamento do homem com a própria mãe era agressivo, perverso e com requintes de crueldade, tal como obrigá-la a comer o próprio vômito; homem foi preso em flagrante por feminicídio
Uma idosa de 70 anos foi encontrada morta, com sinais de espancamento, na tartde desta terça-feira (30) em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O principal suspeito é o filho da idosa, um homem de 49 anos que residia com a esposa e a mãe num apartamento no bairro Boqueirão.
Faça parte do nosso grupo no WhatsApp ➤ http://bit.ly/costanortenews E receba matérias exclusivas. Fique bem informado! 📲
Ele foi preso em flagrante por feminicídio. De acordo com vizinhos e familiares, o homem agredia constantemente sua mãe, e já havia sido denunciado. Em depoimento à polícia, o homem negou. Ele relatou que havia ido a uma assistente social junto com a esposa e, ao retornar, encontrou a mãe morta.
No dia anterior, entretanto, o homem havia sido denunciado por vizinhos por estar maltratando sua mãe e a polícia foi à residência, situada no Boqueirão. Na ocasião, o filho da idosa alegou que os ferimentos que ela tinha pelo corpo haviam sido ocasionados por uma queda acidental.
No dia seguinte, a polícia foi informada de que havia um cadáver no local onde o homem morava com a mãe. Ao chegar à residência, os agentes foram informados pelo resgate de que a idosa estava morta em decorrência de espancamento.
Segundo relato de familiares, antes de aparecer morta, a idosa tinha severos sinais de maus tratos como queimaduras no tronco e cortes na cabeça. Segundo vizinhos da residência, o local era insalubre e sujo e constantemente se ouviam os gritos do filho com a idosa e barulhos de agressão.
À polícia, o filho suspeito disse que os barulhos ouvidos pelos vizinhos eram, na realidade, ele esmurrando a parede ou o box do banheiro, para fazer com que sua mãe ficasse com medo e tomasse "banho direito".
Há também relatos de comportamento perverso do filho para com a própria mãe, testemunhas afirmam que ele a obrigava a trocar a própria fralda e, quando ela não conseguia, a agredia, ou que o filho obrigava sua mãe a comer o próprio vômito.
Segundo um familiar próximo, o homem cuidava da mãe há cerca de um ano, e, no ano passado, a situação começou a piorar, após a idosa perder o emprego. A reclamação do filho era de que a mãe não o ajudava. Inicialmente, as agressões eram verbais e, há cerca de 15 dias, começaram a degringolar para a violência física.
Em exame preliminar, um perito concluiu que os sinais físicos no corpo da idosa, como hamatomas, indicavam maus tratos. Apesar do filho dizer que eles eram de uma queda, e que encontrou a mãe morta após retornar de um compromisso em que a deixara sozinha, a autoridade policial concluiu que haviam indícios suficientes para a prisão em flagrante do filho da idosa por feminicídio.
Exames periciais do IML no corpo da idosa foram solicitados. O caso é investigado em Praia Grande.
Comentários