EXTORSÃO SEXUAL

Homem paga mais de R$ 10 mil para não ter nudes vazadas em Praia Grande

Vítima de extorsão alegou ter sofrido tortura psicológica, pois quadrilha de criminosos alegou se passou por uma jovem que teria se suicidado após ter fotos íntimas vazadas

Da redação
Publicado em 04/04/2022, às 11h09 - Atualizado às 14h03

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Homem paga mais de R$ 10 mil para não ter nudes vazadas em Praia Grande Golpe da novinha - Reprodução arquivo pessoal
Homem paga mais de R$ 10 mil para não ter nudes vazadas em Praia Grande Golpe da novinha - Reprodução arquivo pessoal

Um homem, de 42 anos, morador do bairro Vila Tupi, em Praia Grande (SP), acionou as autoridades policiais após ser extorquido e receber ameaças. De acordo com a vítima, ele estaria conversando com uma mulher nas redes sociais, e ambos começaram a trocar fotos íntimas.

A vítima e a suposta mulher se conheceram nas redes sociais e mantinham conversas picantes e troca de fotos íntimas, porém, o que poderia vir a ser um relacionamento sério tornou-se um pesadelo para o homem e toda a família.

Desde o início de 2022, a vítima alega que vem sofrendo ameaças e extorsão por parte dessas pessoas, que passaram a exigir dinheiro em troca do silêncio. Mãe e filho foram à delegacia denunciar que estão sendo ameaçados e que, caso ele não enviasse dinheiro, seria exposto nas redes sociais.

Com medo de ter sua privacidade exposta, o homem começou a fazer transferências de R$ 500 todo mês para os criminosos, porém, na última terça-feira (29), o homem fez um empréstimo no banco e transferiu via Pix a quantia de R$ 10 mil para solucionar o problema, pois estava com vergonha e com medo de falar para sua mãe.

Já com todo o dinheiro em mãos e querendo extorquir mais, os bandidos começaram a enviar informações via WhatsApp com dados de seus familiares, e de sua mãe dizendo que iria atrás de seus familiares, além de se passarem por policiais.

Na quadrilha golpista, um deles dizia ser o delegado de Polícia Tabajara Zuliane, do 33° DP de São Paulo, e outro se passava por um membro da Corregedoria de Araras-SP, enviando inclusive cópia de mandados de prisão falsas em nome da vítima.

Segundo apurado pelo Portal Costa Norte, os criminosos fizeram tortura psicológica com o homem, alguns áudios eram enviados com uma voz feminina que dizia que a moça que trocou nudes entrou em depressão e se suicidou. Antes disso, a suposta vítima teria prestado queixa aos supostos policiais.

A mãe do rapaz descobriu o que estava acontecendo e tomou a frente das ligações. Os criminosos seguiram com as ameaças de expor o rapaz nas redes sociais, de irem à sua casa e de procurarem seus parentes, pois eles teriam feito um levantamento da vida do rapaz.

As vítimas alegaram estar com medo e sofrendo tortura psicológica, pois não sabem até onde esses bandidos podem ir e o que são capazes de fazer. Todas as provas de extorsão foram entregues à polícia e o caso deve ser investigado pelo 1° DP de Praia Grande, onde o caso foi registrado.

Golpe da novinha: saiba como não ser mais uma vítima da sedução criminosa

O cibercrime, que já havia registrado crescimento no Brasil em 2020, voltou a bater recordes em 2021. Um levantamento da empresa Kaspersky revela que o Brasil teve um aumento de 23% nos casos de cibercrimes nos primeiros oito meses de 2021 em comparação ao mesmo período no ano anterior.

A modalidade de crime que vem fazendo um número cada vez maior de vítimas é o sextortion, do inglês, extorsão sexual, caracterizado quando o criminoso pede dinheiro para não divulgar fotos e vídeos íntimos da vítima.

Fui vítima, o que fazer?

Em uma recente entrevista ao Portal Costa Norte, o advogado criminalista Renan Farah falou sobre o tema e de acordo com as orientações dadas por ele, as vítimas devem bloquear os golpistas e não cederem à chantagem. 

“Se a pessoa for comprometida, o ideal é que abra o jogo para a companheira porque muitos estelionatários costumam enviar os vídeos mesmo que tenham recebido alguma quantia”, conta.

Outra orientação é procurar um advogado de confiança e registrar o crime na delegacia. “Sempre que perceber que está sendo coagido, ameaçado e não estiver seguro de procurar as autoridades policiais, procure um advogado da sua confiança".

"Nesse caso as vítimas não procuram porque têm certeza de que estão sendo autores do crime de pedofilia, quando na verdade estão conversando com falsários. Essa é a principal estratégia dos golpistas, fazer a vítima se sentir culpada e pensar que está sendo beneficiada ao ceder à extorsão”, afirma o criminalista.

Crime

Além do crime de extorsão, os golpistas que praticam tais atos podem ser processados por estelionato; organização criminosa, já que o crime é feito por várias pessoas; falsidade ideológica; falsificação de documento público e falsificação de documento particular. 

“Apesar de não ser um crime com emprego de violência, a soma das penas atinge um mínimo de 16 anos e 4 meses e a máxima de 42 anos, então não cabe penas alternativas, é regime fechado”, completa.

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