Central do Samu investiga demora no atendimento e os fatos alegados por testemunhas; prefeitura de Praia Grande reivindica central de regulação própria
Um homem não identificado que caiu no chão e sofreu um ferimento na cabeça precisou esperar mais de uma hora no asfalto para receber atendimento médico por meio de uma ambulância.
O caso aconteceu em Praia Grande, no litoral de São Paulo, na manhã de segunda-feira (13), e foi denunciado por uma moradora da cidade nas redes sociais. A identidade da vítima e seu estado de saúde não foram divulgados.
Segundo o relato, o homem estava caído de bruços no chão com uma poça de sangue ao redor. Um rapaz que passava pelo local fez a ligação para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) por volta das 9 horas, mas a atendente teria se recusado a enviar a equipe.
O caso só foi resolvido depois das 10 horas, na segunda ligação em que o rapaz xingou a atendente e chamou a atenção de outros motoristas que passavam pelo local. Uma equipe da Polícia Militar também foi acionada e ajudou a controlar a situação.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Itanhaém, a qual gerencia a Central do Samu na região, e por meio de nota foi informado que o Serviço de Atendimento Móvel e Urgência (SAMU 192) realizará uma apuração mais detalhada dos fatos ocorridos mediante a audição das gravações relacionadas ao atendimento em questão.
Entretanto, em primeira verificação, a administração municipal confirmou o chamado onde foi realizada a regulação pela médica que, com dificuldade de triagem devido à resistência do solicitante em informes necessários para a classificação de risco adequada, a princípio não foram compatíveis com a possível gravidade do caso.
“Após um segundo contato de outros informantes, foi determinado tecnicamente e alterado a prioridade de prima para seguir com o atendimento, ou seja, obteve-se informações com mais clareza que oportunizaram a alteração da classificação de prioridade”, disse a assessoria da prefeitura.
Ainda de acordo com a nota, a Samu realizará uma investigação do caso, e, caso sejam comprovados os fatos alegados, uma sindicância será estabelecida para que sejam tomadas as providências necessárias.
Procurada, a prefeitura de Praia Grande, cidade onde aconteceu o incidente, informou que a cidade possui proporcionalmente a maior frota da Baixada Santista, com 11 ambulâncias em operação, sendo nove de suporte básico e duas de suporte avançado, além de uma motolância.
A administração municipal ainda disse que reivindica junto ao Ministério da Saúde a possibilidade de ter uma Central de Regulação do Samu no próprio município, o que, segundo a prefeitura, vai melhorar ainda mais o tempo-resposta das equipes do Samu praia-grandense.