PÂNICO EM PRAIA GRANDE

Guarda municipal armado e fora de si agride paciente e aterroriza hospital de Praia Grande | Vídeo

Fardado, armado e descontrolado, após pacientes lhe exigirem que usasse máscara de proteção contra a covid-19, o guarda provocou pânico e desespero no hospital; até doentes internados chegaram a pular as janelas; Associação de guardas afirmou que guarda teve surto psicológico ocasionado por estresse do trabalho e problemas familiares; prefeitura afastou o GCM para tratamento psicol

Da redação
Publicado em 15/03/2021, às 13h33 - Atualizado às 14h12

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Após paciente lhe pedir que usasse máscara de proteção, guarda teve um rompante de agressividade chegando a sacar de sua arma e a ameaçar pacientes. Hospital entrou em pânico guarda surtado em Praia Grande - Foto: Reprodução
Após paciente lhe pedir que usasse máscara de proteção, guarda teve um rompante de agressividade chegando a sacar de sua arma e a ameaçar pacientes. Hospital entrou em pânico guarda surtado em Praia Grande - Foto: Reprodução

Um guarda municipal aterrorizou os pacientes e a equipe médica de uma unidade de saúde em Praia Grande na noite desta sábado (13). Fardado, armado e descontrolado, após pacientes lhe exigirem que usasse máscara de proteção contra a covid-19, o guarda provocou pânico e desespero no hospital. Até convalescentes internados chegaram a pular as janelas. Pacientes e acompanhantes que estavam na unidade de saúde filmaram parte do que levou ao surto do GCM e testemunhas relataram o que não foi filmado.

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A prefeitura de Praia Grande afirmou que o guarda foi afastado para ser tratado psicológicamente e que vai abrir processo administrativo para apurar o caso. A Associação dos Guardas Municipais da Baixada Santista (AGCM) afirmou que o guarda teve um surto psicológico e atribuiu a conduta do guarda à problemas familiares e ao estresse do trabalho. 

Após ter um pico de pressão alta durante o serviço, o guarda foi levado por colegas à UPA Quietude em Praia Grande, por volta das 20h. Todos estavam fardados. Testemunhas relataram que o guarda, aparentando irritação, era convencido pelos colegas a ser atendido. Nesse estado de espírito, ele se negou a passar na triagem, em que outros pacientes aguardavam há horas, e foi passado na frente por uma enfermeira.

Enquanto aguardava passa ser atendido na frente de quem chegou antes dele, o guarda usava sua máscara de proteção no queixo. Diante disso,  outra paciente que também passava mal, com imunidade baixa, pediu ao guarda que usasse o equipamento corretamente. As primeiras filmagens são desta paciente.

“Coloca a máscara, por favor”, diz, educadamente, a paciente ao guarda. “Eu tô no veneno”, brada o guarda, e em seguida pronuncia um palavrão. Ciente da legitimidade de seu pedido, a paciente responde “E porque você tá no veneno, aí você [está] faltando com o respeito”. Nesse momento, o GCM avança em direção à paciente que não se intimida.

https://www.youtube.com/watch?v=4qWDEIJLwAk

Ele tira a máscara e, no início de seu descontrole, ameaça passar covid-19 para todos no lugar e para mulher que o interpelou. “Eu passo pra todo mundo aí, quer que eu passo pra tu”, repete o guarda, enquanto avança na direção da paciente que lhe fez um pedido legitimo, recomendado por autoridades médicas.

A mulher, mesmo ameaçada, bravamente não abaixa a cabeça. Ela questiona. “É esse o exemplo?”. Cercado por seus colegas, o guarda dirige à paciente uma série de palavras de baixo calão e ofensas. Em seguida, ele a agride. Com a agressão, o celular da mulher cai no chão e a filmagem é interrompida.

De acordo com relatos, a mulher passou ainda mais mau, caiu no chão ao ser agredida e foi socorrida. Mas não acabou por aí.

O Surto

Após agredir a paciente, o CGM se transtornou ainda mais e foi levado pelos colegas para fora do hospital, relataram testemunhas. Minutos depois, ele adentrou novamente no unidade de saúde, com arma em punho, gritando “eu vou acabar com tudo isso aí”, e ameaçando os pacientes de morte. O pânico se espalhou pelo local mais rapidamente que doença infecciosa.

Minutos depois, na área externa do hospital, um homem que acompanhava a esposa, indignado com os desmandos de parte dos guardas, filmava o desespero generalizado. Inúmeras pessoas saiam correndo do lugar onde foram buscar atendimento médico.  “Ai ó, mais um, com a arma apontada dentro do hospital aqui”, denunciava o homem desesperadamente enquanto um grupo de guardas faziam uma formação militar na saída de um hospital.

Neste momento, um dos guardas tenta afastar o homem que filma, mas ele não sai “eu no meu direito. A minha mulher ali dentro e eu no meu direito” argumenta várias vezes o rapaz enquanto permanece denunciando o despreparo. O guarda recua.

Enquanto isso, no interior do hospital, mais terror. Em pânico, pacientes e equipes médicas formavam barricadas dentro de salas de atendimento da unidade de saúde. Nas imagens, uma criança visivelmente atordoada, não se sabe em que condições clínicas, mal consegue levantar do chão. Com cautela, uma enfermeira tira a barricada e vai, na ponta dos pés, olhar o corredor. Os outros na sala ficam apreensivos. “Fecha a porta, pelo amor de deus”, alguém interpela. Com a porta aberta, pessoas passam correndo desesperadas no corredor. 

Simultaneamente, na ala clínica da UPA, uma mulher mostra os leitos vazios e as janela abertas e deduz o óbvio ululante da noite atemorizante em Praia Grande. “Olha! Os pacientes fugiram pela janela. Quebraram até as janelas fugindo”.

Guarda Civil Municipal 

De acordo com a presidência da Associação dos Guardas Municipais da Baixada Santista (AGCM), no momento do ocorrido, o guarda estavam em serviço. O homem, segundo o órgão, com problemas familiares e o estresse do trabalho, entrou em surto emocional.

O órgão esclareceu que o guarda civil não feriu ninguém e que, após se acalmar, foi levado por uma viatura até o Hospital Irmã Dulce, onde recebeu atendimento clínico, foi medicado e liberado.

Prefeitura de Praia Grande

Segundo informações da prefeitura de Praia Grande a Guarda Civil Municipal acompanha o caso e prestou toda assistência e atendimento psicológico necessário ao GCM, que já está afastado para tratamento médico. Um processo administrativo também será instaurado para apuração oficial do ocorrido, informou o órgão. 

A Secretaria de Saúde Pública de Praia Grande também informou que, após o ocorrido, a paciente envolvida no incidente foi acolhida pela equipe da unidade. Na sequência, passou por atendimento médico e foi liberada.

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