*Fotos: Divulgação/Sindaport
Após paralisação das atividades do porto por doze horas, na terça-feira, 9, os portuários de São Sebastião ingressaram com dissídio coletivo de greve no Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo. Com isso, a ação de cerca de 130 trabalhadores, iniciada às 7 horas da manhã, e que interrompeu parcialmente as atividades portuárias, teve fim às 19 horas, conforme explica o vice-presidente do Sindaport (Sindicato dos Empregados na Administração Portuária) João de Andrade Marques: “Como a categoria recusou a proposta da empresa, que mais uma vez não nos atende, fomos à Justiça. Por isso, não vimos razão para continuar o movimento até às 7 horas do dia seguinte (10), como inicialmente estava previsto”.
Segundo a diretoria do sindicato, a greve atingiu todos os setores da empresa, como administrativo, operacional, guarda portuária, meio ambiente, entre outros. A Companhia de Docas de São Sebastião apresentou uma proposta de acordo no meio da manhã, mas a negociação foi recusada pelos trabalhadores.
Segundo o sindicalista, “há mais de cinco meses estamos negociando. Primeiro, a empresa falou que não daria aumento salarial. Após a divulgação do edital de greve, a companhia ofereceu 8,5%, sendo que 3% seriam pagos já neste mês, mas o retroativo a maio, data-base da categoria, seria em três parcelas, e o 5,5% restantes em janeiro. Na segunda-feira, 8, um dia antes da paralisação, a empresa propôs 9,83%; 4,83% a ser pago agora, o retroativo em três parcelas e 5% em janeiro. Na terça-feira, 9, após a categoria recusar a segunda proposta, a companhia apresentou uma nova de 10,04% de aumento, sendo 5,02% a ser pago agora em agosto, e o retroativo em três parcelas, e 5,02% somente em janeiro do ano que vem. O que também recusamos”.
Ele ressaltou que o governo do estado já havia oferecido o índice superior a 10% para outras empresas estatais, como Metrô, Dersa e Sabesp, no entanto, para os trabalhadores da Companhia Docas, decidiu dar 0% de aumento. “Mostramos que não estamos para brincadeira. Queremos o reajuste igual às demais empresas e pago em uma só vez”.
Com a entrada da ação coletiva, o caso agora será decidido no Tribunal do Trabalho, o que levou os funcionários a retomarem suas atividades, enquanto aguardam uma decisão da Justiça.
Outro lado
A Companhia Docas de São Sebastião informou, em nota, que ofereceu aos trabalhadores, ainda na segunda-feira, um reajuste salarial de 10,04%, recusado. “É importante esclarecer que essa proposta final, inclusive com a forma de pagamento anteriormente solicitada, atendia ao pleito feito pelo próprio sindicato”.
A CDSS afirma ainda que sempre se manteve aberta ao diálogo e à negociação com seus funcionários e o sindicato que os representa, como também sempre procurou atender aos pleitos dentro do que é possível, inclusive mantendo negociação para chegar à proposta apresentada, uma vez que o reajuste inicialmente proposto era de 8,5%. A empresa destaca ainda que a greve “foi aderida por uma parcela dos funcionários e não englobou todo o quadro de colaboradores da Companhia”.
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