*Foto: JCN
Por Antonio Pereira
Os transtornos decorrentes da terceira fase de construção de moradias populares da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) no bairro Jardim Vicente de Carvalho, em Bertioga, motivou protesto dos moradores da área de mangue, que ameaçaram impedir a sequência dos trabalhos. Na sexta-feira, 18, eles se reuniram com o diretor regional da autarquia, que se comprometeu a reavaliar as condições dos imóveis para destinar os moradores a moradias já concluídas ou fornecer auxílio aluguel.
Para o motorista Marcos Antônio Amorim da Silva, a situação é caótica devido aos constantes alagamentos, rachaduras e tremores na localidade próxima ao futuro prédio. “Estamos aqui desde 2008, esperando, e desde o início do projeto foi passado que éramos prioridade. O problema é que o tempo passou e várias pessoas em situação melhor já foram alojadas. A nossa vez não chega, e pior, nós temos que dividir espaço com o mangue e com a obra”, afirmou.
O vidraceiro Wellington de França é outro que encara os mesmo problemas e questiona os critérios de escolha dos beneficiários. “Não quero citar nomes, mas têm casas desapropriadas em condições melhores que as nossas. Qual é o critério deles (CDHU)?”.
Durante a semana, os cerca de 30 moradores ameaçaram paralisar os serviços com barricadas próximas ao local da obra. Os líderes do grupo agendaram uma reunião com o diretor regional da companhia, Luiz Carlos Rachid. Ele se comprometeu a reavaliar as situações caso a caso, para destinar aos moradores imóveis concluídos ou próximos de conclusão no próprio bairro, ou oferecer auxilio moradia. “Claro que é importante tirar as pessoas da área do mangue, mas o terreno onde serão implantadas as novas moradias estava ocupado por outras famílias. Nós demos preferência a essas pessoas porque, sem isso, não teríamos nem como começar nosso planejamento”.
Além da construção das 400 moradias para abrigar a população removida dos mangues, outras 1.253 famílias serão beneficiadas com obras de urbanização. Elas contemplam implantação de redes de água e esgoto, sistema de drenagem, guias, sarjetas, pavimentação de vias e paisagismo. O projeto prevê também a recuperação das áreas de preservação permanente que estão sendo desocupadas à medida que os moradores são transferidos para o Conjunto Henrique do Carmo. Somente no empreendimento em questão ficarão 76 famílias.
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