O Instituto Argonauta realizou o resgate de nove aves marinhas que precisaram de cuidados; as aves voltaram ao mar na quarta (18)
Um grupo de pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foi devolvido ao seu ambiente natural na quarta-feira (18). Os nove animais foram resgatados nas praias do litoral norte paulista e passaram por um período de cuidados no centro de reabilitação do Instituto Argonauta, em Ubatuba.
Para garantir o sucesso da ação, os especialistas selecionaram um local baseado na latitude e longitude, em colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que forneceu informações sobre as correntes marítimas para facilitar o retorno desses pinguins às suas colônias.
A ação foi conduzida pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) e a soltura dessas aves marinhas foi realizada em alto mar, em parceria com o Aquário de Ubatuba e com a Mineral Engenharia e Meio Ambiente.
Durante o período de reabilitação, os pinguins passaram por uma série de exames e procedimentos rigorosos. Eles só foram considerados aptos para a soltura quando demonstraram nadar ativamente no recinto, comportamento normal para a espécie, impermeabilização total de suas plumagens e alimentação espontânea.
Antes de serem devolvidos ao mar, cada um dos pinguins recebeu microchips, de forma a permitir sua identificação em caso de encalhe futuro e contribuir para pesquisas científicas sobre esses animais. A expectativa é que eles sigam em direção à Patagônia Argentina, onde existem colônias de reprodução.
Os resgates foram feitos nas praias Barra do Una, Paúba, Santiago e da Vila, em São Sebastião, e praias do Curral, Perequê e Itaquanduba, em Ilhabela. Neste ano, durante toda a temporada de pinguins na região, que teve início no mês de junho, foram contabilizadas diversas ocorrências envolvendo essa espécie nas quatro cidades do litoral norte, incluindo Caraguatatuba e Ubatuba.
Embora o pinguim-de-Magalhães seja classificado como seguro ou pouco preocupante na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, a espécie enfrenta desafios decorrentes da interação humana, incluindo pesca, mudanças climáticas e alterações no ambiente marinho.
Gabriela Petarnella
Jornalista formada pelo Centro Universitário Módulo. Possui experiência em videorreportagem e fotojornalismo