Instituto analisou três tubarões e mais de 50 raias encontrados mortos em área de vegetação de Peruíbe. Conclusão de biólogos é de que há indícios de modalidade irregular de irregular
O Instituto Biopesca afirmou, nesta sexta-feira (24), que as mais de 50 raias e três tubarões encontrados ontem em uma área de vegetação de Peruíbe podem ser vítimas de pesca predatória.
Por volta das 11h50 de quinta, o Instituto Biopesca foi acionado pela prefeitura de Peruíbe em decorrência do encontro de 55 raias, três tubarões neonatos martelo (gênero Sphyrna) e uma móbula, todos mortos, encontrados em trecho de vegetação na praia de Tanigwá.
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Segundo o órgão, que, além de Peruíbe, monitora as bacias e vida marinha de Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém, após análise preliminar, concluiu-se que há diversos indícios de pesca irregular.
A equipe do Instituto Biopesca foi até o local e recolheu as carcaças, que apresentavam marcas de interação com rede de pesca. De acordo com o biólogo Italo Bini, do Instituto Biopesca, a maior parte das raias pertence à espécie Rhinoptera bonasus (raia ticonha) e algumas tiveram o seu ferrão cortado.
Em nota divulgada nas redes sociais, o instituto afirma que todas as carcaças foram recolhidas para uma análise técnica que vai embasar um relatório. “As marcas [nos animais]”, adianta o órgão, "sugeriam que esse corte foi feito com algum tipo de lâmina".
Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca, vê correlação entre o encontro dos animais mortos e modalidades de pesca irregular. “Muito provavelmente, esses animais foram capturados por redes de pesca de arrasto de praia”, afirma.
O Biopesca explica que, com a chegada do verão e de turistas às praias do litoral, os esforços de pesca aumentam para atender o consumo, o que pode configurar-se como uma ameaça às espécies marinhas.
De acordo com Rodrigo, a pesca de arrasto é autorizada, desde que executada como técnica artesanal, ou seja, desde que as redes não sejam movidas por motores, por exemplo.
Quando é movida por motores, a pesca de arrasto amarra redes aos barcos por cordas ou correntes, e, puxada pelas embarcações, sai abocanhando tudo o que tem pela frente. Dessa forma, muitos animais que não são o alvo da pesca, como tartarugas, raias e tubarões, acabam presos e, depois, são descartados.
No caso das raias, em particular, há possibilidade de serem comercializadas e seu ferrão é cortado antes de serem vendidas. "Já sabemos que tanto raias como tubarões podem ser vendidos como cação e o consumidor não é informado disso", explica Bini.
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