Devido ao grande porte do animal, necropsia teve que ser feita nas areias de praia em Peruíbe, no litoral sul paulista
Uma tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) foi encontrada na manhã da última segunda-feira (1º) já sem vida por um banhista em um trecho de praia em Peruíbe, no litoral sul de São Paulo.
Uma equipe do Instituto Biopesca, responsável pelo monitoramento de praias da Bacia de Santos, entre Peruíbe e Praia Grande, foi acionada. Chegando ao local, a equipe decidiu que a necropsia do animal teria que ser feita lá mesmo, devido ao grande porte da tartaruga, que media 2,11 metros. Normalmente este tipo de trabalho é feito na sede do instituto, em Praia Grande.
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De acordo com o Biopesca, o exame necroscópico na tartaruga-de-couro revelou que havia uma amputação de nadadeira dianteira cicatrizada e fios de nylon emaranhados em seu intestino. Um saco plástico também foi encontrado dentro do animal.
Ainda segundo o Biopesca, a necropsia tem como principal objetivo identificar a causa da morte, embora, muitas vezes, o avançado estado de decomposição das carcaças não permita identificar o motivo do óbito.
A colheita de amostras biológicas é outro objetivo desse exame, uma vez que colabora com o melhor entendimento do estado do animal e também ajuda a obter mais informações sobre a espécie, de uma forma geral.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas; animais vivos, debilitados ou mortos, no trecho entre Peruíbe e Praia Grande, entre em contato com o Instituto Biopesca pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).
A tartaruga-de-couro, também conhecida como tartaruga gigante, é a maior espécie de tartaruga marinha existente. Indivíduos da espécie podem pesar até 500 quilos.
Segundo o Projeto Tamar, a tartaruga-de-couro está criticamente em perigo de extinção no Brasil.
Sua carapaça, ou casco, possui uma coloração preta ou cinza com pequenas manchas brancas. A textura e aparência é bem parecida com o couro, daí o seu curioso nome.
Elas podem ser encontradas em zonas tropicais e temperadas dos Oceanos Índico, Pacífico e Atlântico. Uma curiosidade é que, no Brasil, o local preferido para a desova é no litoral do Espírito Santo, próximo à foz do rio Doce.
A alimentação das tartarugas-de-couro é composta por zooplâncton gelatinoso, como águas-vivas. Outra curiosidade é que elas consomem diariamente o equivalente mais ou menos ao seu próprio peso.
Durante muito tempo acreditou-se que tartarugas marinhas comiam plástico nos oceanos pois o confundiam visualmente com comida. Estudos mais recentes dão conta de que seria sim o cheiro do plástico que confunde as tartarugas. Bactérias e algas que se acumulam nos detritos plásticos que estão nos mares exalariam cheiro de alimento nutritivo para elas.
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