“Não consigo mais andar sozinha”, desabafa fisioterapeuta roubada pela sexta vez no litoral de SP

Uma fisioterapeuta de 24 anos foi assaltada pela sexta vez em Mongaguá, no litoral de São Paulo, na manhã desta terça-feira (22). “Não consigo mais andar sozinha em Mongaguá. Eu começo a chorar, começo a tremer, não consigo”, afirmou Karina* (nome fictício para preservar a identidade da vítima), em entrevista ao Portal Costa Norte nesta quarta (23). 

No último roubo, relembra Karina, ela seguia para o trabalho por volta das 8h00, quando, após ser seguida, foi abordada e agredida por um assaltante em uma passarela da rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na Vila Vera Cruz, bairro onde mora, a cerca de dois quilômetros do centro de Mongaguá.

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“Eu até cheguei a reparar que ele estava andando muito rápido, só que aí era tarde demais. Quando eu virei na parte de cima da passarela, ele me puxou pelo cabelo e colocou a arma na minha cabeça”, relembra a jovem, que completa.

“Aí, ele pegou minha bolsa, tirou a arma da minha cabeça, colocou no meu peito e falou que eu ainda tinha dinheiro sim. E nisso ele me fez abrir o botão da calça pra ver se eu tinha mais dinheiro. Aí, ele me fez continuar o caminho e, nisso, ele desceu e entrou numa Tucson. O moço que me socorreu tirou uma foto dele, que é a foto que a gente tem dele de costas”. Logo após o roubo, Karina registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Sede de Mongaguá.

Ela afirma que esse é o sexto roubo sofrido por ela em circunstâncias parecidas na cidade. “Foram duas vezes na orla. Uma vez em frente a um curso de inglês que eu fazia. Uma vez na rua da minha casa, quando me ameaçaram com uma faca no pescoço. E outras duas vezes nessa passarela. A mesma passarela. No primeiro assalto eu tinha dezesseis anos. Quando eu fiz dezoito anos, fui assaltada duas vezes em um mês e meio”.

Após um dos assaltos, a fisioterapeuta relata que precisou iniciar um tratamento psicológico. “Eu fiz tratamento de crise do pânico, porque eu fui assaltada muitas vezes. Eu não me sinto segura”, desabafa.

Após o roubo, a mãe da fisioterapeuta fez um desabafo em seu perfil pessoal nas redes sociais (assista abaixo).

“Pela sexta vez, ela foi passar pela passarela (...) um senhor parou o carro, desceu, foi atrás dela com uma arma na mão, catou ela pelos cabelos, a rendeu, catou a bolsa”. A preocupação da mãe da jovem era que fossem realizadas fraudes com o celular roubado de sua filha. “Se alguém pedir dinheiro em nome da minha filha, por favor, não deem”, apelou.

Karina revela que tem pretensões de se mudar da cidade. “Tenho intenção de ir embora sim, porque eu não me sinto segura e parece que todo mundo sai impune. Eu já fui assaltada seis vezes, em algumas procurei a polícia, outras não, e nunca aconteceu nada.”

O Portal Costa Norte questionou a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo sobre o caso de Karina e sobre o policiamento na região, mas o órgão não se manifestou. Também questionada se a Guarda Civil Municipal de Mongaguá realiza vigilâncias ostensivas na Vila Vera Cruz, a prefeitura de Mongaguá também não se manifestou.

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