Cidades têm maior proporção de vacinados contra paralisia infantil, mas ainda estão longe da meta de 95% de cobertura do Ministério da Saúde
Entre as nove cidades da Baixada Santista, Mongaguá, Guarujá e Bertioga são as que mais vacinam contra a poliomielite, mas ainda estão longe da meta de 95% de imunização do PNI (Programa Nacional de Imunizações). Os números são das prefeituras e do último painel de imunização do Ministério da Saúde, que contabiliza a vacinação até ontem (20).
Em crianças infectadas, a poliomielite pode causar uma série de complicações. Em casos severos, a doença pode provocar paralisia dos braços e das pernas e problemas no sistema respiratório. A doença, que não tem tratamento específico, tem na vacinação sua única forma de prevenção.
No PNI, o esquema de vacinação das crianças é composto por cinco doses ministradas dos dois meses ao final dos quatro anos.
Mongaguá detém o índice mais alto de vacinação entre as cidades da região, com 63 em cada 100 crianças com o ciclo de vacinação contra a pólio em dia. Depois vem Guarujá com 60 em cada 100 e Bertioga, com 59 em cada 100 (veja a lista abaixo). São Vicente, que vacinou pouco mais de um terço das crianças, tem a pior vacinação da região.
Mesmo após sucessivos prolongamentos da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, nenhuma entre as nove cidades da Baixada Santista chega a 65% de cobertura. De 99 mil crianças com até cinco anos na região, mais de 46 mil ainda não foram imunizadas contra a doença.
Com campanhas de imunização que já chegaram a 100%, o último caso de pólio notificado no Brasil foi em 1989. Porém, após uma sucessão de baixas coberturas vacinais desde 2016, além de casos confirmados em regiões do mundo onde a doença parecia erradicada, incluindo os Estados Unidos, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) incluiu o Brasil na lista de países que estão sob alto risco de retorno da doença.
No estado de São Paulo, mais de 1,5 milhão de crianças ainda não foram vacinadas contra a paralisia infantil. Nacionalmente, mais de 3,4 milhões.
Até agora, Itanhaém vacinou 57 em cada 100 crianças e Praia Grande e Cubatão vacinaram 56 em cada 100. A prefeitura de Praia Grande informou um número divergente daquele do Ministério da Saúde. Segundo o órgão, a taxa municipal de vacinação no município é de 85%, o que destoa dos números das outras cidades do estado de São Paulo e também do país.
Peruíbe e Santos não vacinaram nem metade das crianças. A primeira vacinou 48 em cada 100 e a segunda 41 em cada 100. A prefeitura de Santos disse que entre as crianças de dois a seis meses, idade em que são aplicadas três das cinco doses contra a pólio, a cobertura é de 75%.
A reportagem questionou todas as gestões municipais sobre quais providências estão sendo adotadas para ampliar a cobertura de vacinação contra a poliomielite. A prefeitura de Bertioga disse que tem estendido os horários de vacinação em parte das unidades de saúde. Santos disse que seleciona e mantém abertas unidades de saúde aos sábados e domingos. As demais prefeituras não se manifestaram.
As crianças podem ser imunizadas durante todo o ano em postos de saúde.
Os números da vacinação contra a poliomielite da Baixada Santista
(Fonte: Ministério da Saúde)
Total de crianças com idade entre dois meses e cinco anos da Baixada Santista: 99.757
Porcentagem de vacinação contra a poliomielite da Baixada Santista: 53,35%
São Vicente
19.666 crianças
36,68%
Santos
17.008 crianças
41,92% de cobertura
Praia Grande
19.117 crianças
56,88% de cobertura
Guarujá*
18.450 crianças
60% de cobertura
Cubatão
7.511 crianças
56.01% de cobertura
Mongaguá
3.352 crianças
63,48% de cobertura
Peruíbe
4.078 crianças
47,96% de cobertura
Itanhaém
6.156 crianças
57,55% de cobertura
Bertioga
4.441 crianças
59,72% de cobertura
*Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Guarujá.
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