*Fotos: Divulgação
Segundo vereador mais votado no municipio, com cerca de 1.400 votos, o novo líder da bancada governista na Câmara de São Sebastião, Marcos Fuly (PTB), tem enfrentado um cenário atípico. Desde sua posse no novo posto, a Casa recebeu manifestação de populares, em busca de revindicações, semana sim, semana não.
Em entrevista exclusiva ao Sistema Costa Norte de Comunicação, Fuly destacou como positiva essa maior atuação popular. “É interessante. O povo acordou e está reivindicando seus direitos em todo o Brasil – e, em São Sebastião, não foi diferente. As ações de populares na casa trouxeram uma situação nova, levando os vereadores a reverem seus votos, avaliarem mais profundamente os cenários... Este contato é muito bom”.
Sobre a liderança, ele afirma ser natural. “Estou no meu segundo mandato. Sempre prezei pela parceria com o Executivo. Vereador não pode ser radical. Tem que fiscalizar, mas precisa contribuir com a sociedade, buscar uma parceria e aproximação do poder publico com a população. As pessoas veem o líder do governo na Câmara como sendo quem defende o governo. Mas a função é também criar esse vinculo com a comunidade”.
E o vínculo e facilitação, na gestão do atual prefeito, Ernane Primazzi é, de acordo com Fuly, muito facilitado. “Temos amplo acesso ao prefeito. Ele é o único que não pressiona a base, visando rejeição de requerimentos e questionamentos, por exemplo. Nunca se opôs a isso, coisa que, em outros mandatos, sempre foi usual. Temos reuniões, se não semanais, quinzenais, para expôr o cenário que temos sentido a ele. Isso auxilia a buscarmos e pressionarmos em busca de ações para a população”.
No município, com doze cadeiras na Câmara, atualmente oito vereadores compõem a base, mas o alinhamento na hora da votação é tranquilo, de acordo com o líder. “Dos quatro que não são da base, dois ou três acabam votando com o governo quando a discussão é válida. Temos frequentemente unanimidade”.
Período de crise
Para Fuly, as dificuldades enfrentadas hoje na cidade são, em grande parte, reflexos da crise que assola o país. “O prefeito Ernane é uma pessoa muito boa, tanto que é o único que conseguiu se reeleger na cidade, mas, como em todo lugar, existem falhas. Porém, se considerarmos o período de crise que vivemos – não apenas em São Sebastião, mas no país, com redução na arrecadação e repasses – fica claro o empenho e esforços que ele tem feito para garantir condições para nosso município”.
Além da crise econômica, outra crise tem afetado a cidade: a crise política. “O momento é crítico. Hoje a política está sem credibilidade. É difícil chegar ao eleitor e falar de política, está todo mundo saturado, não quer ouvir. Está na hora de mudar esse cenário para que possamos reerguer nosso país”.
Em busca de mudança, Fuly recentemente passou para o PTB, após um longo período no PP e uma passagem pelo PSDB. “Já fui do PSDB, mas me decepcionei porque tive intervenções partidárias de última hora que me impediram de ser eleito em 2008. Na hora de escolher um partido, precisa ser um que te dê respaldo. Não tive isso no PSDB. Tive no PP, que me permitiu um grande acesso a emendas parlamentares, e tenho agora no PTB”.
Sobre as emendas, Fuly afirma ser um dos vereadores que mais conseguiram trazer verbas à cidade: mais de R$3 milhões apenas nessa gestão. “Eu trouxe emendas beneficiando bairros como Cigarras, Toque-Toque Pequeno e Grande e Barequeçaba. Não dá para focar em uma base específica, atuar só para um grupo. Eu tive votos na cidade inteira, em todas as regiões, e trabalho por toda a cidade”.
Sobre o cenário eleitoral atual, Fuly afirma ser lamentável a baixa oferta de nomes ao pleito. “Sinto que estrangulou. Já tivemos eleições com cinco ou seis candidatos. Vejo nessa que teremos apenas dois ou três, de novo. Fico triste. Acredito ser necessário ter sempre novas lideranças na cidade, o que não tenho visto”.
Apesar do cenário restrito, Marcos Fuly garante que seu partido ainda não definiu apoio a nenhum dos grupos atualmente na busca pela disputa. “Wagner Teixeira (PP) é um grande amigo. Tive o prazer de ser diretor abaixo da secretaria dele, sei de sua competência. Ele conhece a cidade, é um caiçara de peso que trata com carinho a comunidade. Tem minha simpatia, mas definição de apoio é discussão política e o meu partido ainda não se definiu”, desconversa.
Apesar de não declarar apoio a nenhum dos lados, não faltaram críticas à candidatura tucana, encabeçada pelo genro do prefeito de Caraguatatuba, Felipe Augusto (PSDB). “Por mim, o prefeito Antonio Carlos devia ficar mandando lá em Caraguatatuba. Não vejo essa representatividade dele toda, para lançar candidato por aqui. A saúde lá é falida, não é exemplo nenhum. Os boatos são de que ele quer fazer de São Sebastião uma grande Caraguatatuba, e sou contra isso”.
Apesar do cenário complexo, Marcos Fuly se diz ansioso pelo pleito. “Ano eleitoral é a hora de ser testado, colocado à prova de fogo. Tenho trabalho para mostrar, como as emendas e projetos relevantes que aprovei, com destaque para a fila prioritária na balsa e o que garante multas à Sabesp por serviços que causem danos às vias públicas. Vamos em frente, confiantes”, conclui.
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