Região registra 55 mortes por afogamento em 2021, mais de uma por semana, em média. No mesmo período, mais de 2.800 pessoas foram salvas da morte do mar
Da redação
Publicado em 28/12/2021, às 11h26 - Atualizado às 13h18
Associadas a lazer e diversão, as praias do litoral de São Paulo também foram cenário de tragédias em 2021. Do primeiro dia do ano até agora, 55 pessoas morreram afogadas nas praias do litoral de São Paulo, aponta levantamento do GBMar (Grupamento de Bombeiros Marítimo) que atua em salvamentos e na orientação de banhistas em toda a costa paulista.
Como o ano tem 52 semanas, em média, mais de um banhista morreu por semana, apesar dos esforços dos guarda-vidas. A maioria das mortes, registradas em finais de semana e feriados prolongados, indicam que há correlação com o alto índice de turistas que se deslocam para o litoral nestes períodos. No feriadão ensolarado de sete de setembro, oito pessoas tiveram suas vidas ceifadas pelo mar paulista.
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Segundo o GBMar, a maioria absoluta das vítimas era do sexo masculino. Foram 51 Homens mortos e 4 Mulheres. A média de idade das vítimas é de 33 anos.
Os números de 2021, os menores dos últimos três anos, refletem o contexto da pandemia, com as praias interditadas com maior rigor durante a maior parte do ano. Em 2019, antes da pandemia, 105 banhistas morreram afogados. Em 2020, foram 95 mortes.
No último final de semana de feriado natalino, três morreram afogadas. Com as praias abarrotadas de gente (cerca de 365 mil veículos desceram a serra no período, somente pelo Sistema Anchieta Imigrantes), outras 180 pessoas quase morreram afogadas e foram salvas pelos guarda-vidas.
Na tarde de Natal, em Guarujá, os guarda-vidas chegaram a resgatar sete pessoas uma vez. Quatro banhistas foram arrastados pela correnteza e se afogavam. Em seguida, três banhistas sem treinamento marítimo resolveram salvá-los, mas, em vez disso, também começaram a se afogar. Resgatados pelos guarda-vidas, seis vítimas sobreviveram. Uma morreu instantes depois, no Hospital Santo Amaro, em Guarujá.
Ao longo deste ano, 2.826 pessoas foram salvas de afogamento pelo Grupamento. Nem sempre, aponta o GBMar, os banhistas seguem protocolos básicos para tomar banho de mar em segurança. O órgão, que realizou mais de 50 mil orientações a banhistas ao longo de 2021, orienta.
“É necessário a conscientização do público frequentador, que deve estar sempre atento às crianças, evitar locais com sinalização de perigo e regiões de costeira devido ao grande risco de acidentes e correntes próximas. Ou seja, para aproveitar as praias com maior segurança, devem buscar e respeitar as orientações do guarda-vidas”, afirma o Grupamento, que complementa.
“O Grupamento de Bombeiros Marítimo recomenda que se você vir alguém se afogando, não tente entrar no mar para salvar, você pode ser mais uma vítima, procure um guarda-vidas ou ligue 193”.
Com a chegada do fim de ano, quando o litoral lota, o Corpo de Bombeiros realiza, desde a última quarta-feira, a operação Praia Segura, com o objetivo de prevenir afogamentos a partir de atividades de busca e salvamento e resgate de embarcações em situações de risco.
Ao todo, são empregados 457 guarda-vidas por tempo determinado (GVTD), dos quais 431 trabalham no litoral. Os outros 26 atuam fora do litoral, nas represas Billings e Guarapiranga, na capital e Grande São Paulo.
A Secretaria de Saúde do Estado escalou 21 profissionais do Grupo de Resgate (GRAU), entre médicos e enfermeiros, para trabalhar em conjunto com os profissionais do Corpo de Bombeiros, Águia e Polícia Militar. Uma viatura de suporte avançado prestará atendimento a urgências.
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