Quase metade da população de Itanhaém vive na miséria, indicam dados do governo federal

Dados do governo federal indicam que Itanhaém (SP) é a cidade da Baixada Santista com os maiores números absolutos e percentuais de pessoas na pobreza. Os últimos índices do Ministério da Cidadania, de abril deste ano, apontam que quase metade da população da cidade vive em situação de vulnerabilidade econômica.  

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Questionada sobre os números, a prefeitura de Itanhém colocou em xeque os indicadores federais, sugerindo que a quantidade de famílias em vulnerabilidade na cidade seja bem menor. O órgão também alega que tem investido em ações de combate à pobreza na cidade.  

No Brasil, a renda per capita mensal de R$ 497 traça a linha da pobreza e a de R$ 105 a da extrema pobreza. Os últimos Dados da Secad (Secretaria Nacional do Cadastro Único), ligada ao Ministério da Cidadania, indicam que, em Itanhaém, mais de 16 mil famílias sobrevivam com menos de R$ 497 por pessoa.

Considerando a média nacional do IBGE de três pessoas por família, a estimativa é de que mais de 50 mil pessoas vivam na pobreza em Itanhaém. O número corresponde a quase metade (47,07%) da população de 104.351 habitantes, estimada pelo IBGE em 2021.

Proporcionalmente, Itanhaém tem mais pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza que o Brasil e que a Baixada Santista. Um levantamento de junho da FGV-Social indica que, ao final de 2021, 29,6% da população brasileira – o equivalente a 62,9 milhões - vivem na linha da pobreza, com renda per capita de até R$ 497.  

Na Baixada Santista, 17 em cada 100 pessoas entre os quase 1,9 milhões de habitantes sobrevivem na pobreza ou na extrema pobreza.

Em Itanhaém, os números da Secad também indicam um aumento de 32% nas concessões de BSPs - um auxílio em torno de R$ 400 concedido para famílias com renda per capita abaixo de R$ 70. A quantidade de concessões saltou de 9.097, em 2018, para 12.015 em 2022.

O outro lado: Prefeitura de Itanhém contesta os dados federais

Questionada, a prefeitura de Itanhaém disse nesta sexta (15) que não “reconhece [os dados do governo federal] como verdade absoluta”. A gestão municipal argumentou que o próprio governo federal enviou ao município uma relação de checagem de rendimentos de 18 mil pessoas em vulnerabilidade. O número corresponde a quase um terço dos 50 mil indicados pela Secad, mas ainda representa quase 18% da população da cidade.

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A prefeitura também disse que ampliou as equipes de aferição das condições da população a e adquiriu uma base móvel para percorrer as regiões mais afastadas.

“Nossos indicadores apresentam um número crescente de famílias que migraram de outras regiões do Estado de São Paulo para Itanhaém”, acrescentou a gestão municipal de Itanhaém. “Vale destacar que a maioria dessas famílias residiam em regiões periféricas no município de São Paulo, e que alegam dificuldades extremas para manutenção da vida, mesmo na periferia”.

O órgão também disse que atende 630 famílias vulneráveis, com recursos municipais, e “além de apoio a programas e ações sociais”, mantém programas como o Prospera Família, Criança Feliz, Viva Leite, Conviver e Casa da Mulher.