Tubarão-azul chegou a ser resgatado pelo Instituto Argonauta, mas não resistiu; suspeita é de que animal tenha sido vítima de pesca
Um vídeo que circula nas redes sociais, nesta sexta-feira (31), mostra uma espécie de tubarão nadando próximo à faixa de areia na praia do Perequê, em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. O primeiro registro ocorreu por volta de 8h. O animal chegou a ser resgatado pelo Instituto Argonauta, de Ubatuba (SP), mas não resistiu e morreu.
Em uma das imagens, é possível ver a espécie nadando tranquilamente próximo à parte rasa. Em outra gravação, ele chega a ser empurrado pelas ondas para a areia. Banhistas próximos ao local puxaram o animal de volta para a água.
Segundo Julio Cardoso, fundador do projeto Baleia à Vista, trata-se da espécie tubarão-azul. “Esta é uma espécie oceânica que, normalmente, está muito longe e este é um tubarão-azul juvenil, porque a espécie pode chegar até a três ou quatro metros e mais de cem quilos. Esse era um bicho que não tinha um metro, provavelmente. Ele está com algum problema, sim”.
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O Instituto Argonauta chegou a resgatar o animal, mas ele não resistiu e morreu. O presidente do órgão e oceanógrafo, Hugo Gallo, explicou que, em situações como essa, o recomendado é que os banhistas não se aproximem. “Provavelmente, ele tenha sido vítima de uma arte de pesca, espinhal ou rede, onde o animal fica preso com baixa oxigenação e depois acaba vindo nadar na praia, porque ele não consegue mais nadar e oxigenar os tecidos”.
Outras gravações apontam que o mesmo animal havia sido registrado, na quinta-feira (30), na praia de Santa Tereza.
Ederson David Costa, conhecido como Davi do Tik Tok, captou as imagens na praia do Perequê. Ele contou que o registro foi feito próximo ao píer da praia e que os próprios banhistas levaram a espécie para alto mar.
Gallo ressaltou que os animais são vítimas da pesca desordenada e predatória. “Os tubarões, que são predadores de topo de cadeia, têm como estratégia de sobrevivência uma baixa fertilidade. Normalmente, tubarões não têm muitos filhotes, levam um bom tempo para crescerem e ficarem adultos, porque eles são topo de cadeia".
Em casos de animais mortos, a orientação é de que especialistas sejam acionados para o recolhimento do animal e realizada uma necropsia para detectar a causa da morte. No litoral norte, o recolhimento de animais vivos ou mortos nas praias é feito pelo Instituto Argonauta.
O tubarão-azul, de nome científico Prionace glauca, é uma espécie de fácil adaptação e que pode ser encontrada em praticamente todos os mares tropicais e subtropicais. Apesar da alta tolerância a variações de temperaturas, prefere águas mais frias. Suas presas mais frequentes são lulas e peixes ósseos formadores de cardumes. Porém, sua dieta também pode conter tubarões, caranguejos, aves marinhas e carcaças de cetáceos.
A espécie pode chegar aos 20 anos e costuma viver longe das costeiras; é uma das espécies de tubarão mais pescadas do planeta. Por viver em águas oceânicas, é considerado inofensivo aos humanos, mas é recomendando não se aproximar do animal para evitar ataques de defesa.
No litoral norte, acione o SOS Animais Marinhos do Instituto Argonauta, pelos telefones: (12) 3833 4863/(12) 3834 1382/(12) 99785 3615 (WhatsApp).
Estéfani Braz
Formada em Comunicação Social na Faculdades Integradas Teresa D'Ávila