INESPERADO VISITANTE

Tamanduá-mirim visita residência e assusta moradora em Ilhabela |VÍDEO

“Fofo, mas faz barulho de onça brava”, descreveu a dona da residência que precisou acionar o Corpo de Bombeiros para resgatar o animal

Lenildo Silva
Publicado em 31/05/2023, às 16h45 - Atualizado às 17h18

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Filhote fica com a mãe nos primeiros meses de vida Tamanduá-mirim - Foto: Jeanne Martins/Arquivo Pessoal
Filhote fica com a mãe nos primeiros meses de vida Tamanduá-mirim - Foto: Jeanne Martins/Arquivo Pessoal

Um curioso e inesperado visitante surpreendeu moradores de uma residência em Ilhabela, litoral norte de São Paulo, na noite de ontem (30). Um filhote de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) apareceu no jardim da moradora Vivian Siqueira, assustando-a com seu rugido semelhante ao de uma onça brava.

O incidente ocorreu por volta das 22h no bairro Perequê. Ainda perplexa com a presença do animal selvagem, Vivian não conseguia explicar como o tamanduá-mirim chegou até sua propriedade. Porém, o temor de que o pequeno mamífero se machucasse na piscina ou se aventurasse na estrada e fosse atropelado levou a moradora a solicitar ajuda para sua remoção.

Em um vídeo obtido pela equipe de reportagem do Portal Costa Norte (veja abaixo) é possível ver o animal dentro da residência em posição ereta, apoiado sobre as patas traseiras, e a cauda e as patas dianteiras abertas livres para golpear. Esta posição indica que o animal se sente ameaçado e está pronto para atacar.

Vivian Siqueira entrou em contato com diversos órgãos competentes para lidar com a situação, porém sem obter sucesso. Diante da urgência do caso, ela decidiu ligar diretamente para o Corpo de Bombeiros do arquipélago que prontamente atendeu ao chamado e se dirigiu à residência.

Os bombeiros, identificados como Tavares e Santos, chegaram ao local e mostraram-se extremamente prestativos. Com Vivian, eles acompanharam o tamanduá-mirim de casa em casa até que o animal retornou à mata por conta própria. A moradora expressou sua gratidão pela atuação dos bombeiros e enfatizou a importância de viver em uma ilha com tanta natureza preservada.

"A ação dos bombeiros da Ilha, Tavares e Santos, foi exemplar. Eles foram extremamente atenciosos! Fomos acompanhando o tamanduá de casa em casa e, por fim, ele retornou à mata sozinho. Somos verdadeiramente abençoados por viver nesta ilha com tanta natureza ao nosso redor!", declarou Vivian, aliviada após a conclusão bem-sucedida da situação.

Tamanduá-mirim

Filhote fica com a mãe nos primeiros meses de vida Tamanduá-mirim (Foto: Jeanne Martins/Arquivo Pessoal)

O Brasil é casa para três espécies de tamanduás: tamanduaí, tamanduá-bandeira e tamanduá-mirim (também chamado de tamanduá-colete). Este último, apesar de ser considerado de médio porte, chama a atenção pelas dimensões do corpo, posto que a sua cauda mede de 40 a 68 centímetros e a língua pode chegar a 40 centímetros de comprimento.

Com até sete quilos e tamanho que varia de 44 a 77 centímetros, o mamífero apresenta pelagem amarelada com duas listras pretas que parecem formar um 'colete'. As patas da frente contam com garras afiadas em forma de gancho.

A língua comprida não é um 'charme', mas, sim, uma ferramenta importante para capturar formigas, cupins e abelhas, além de mel, itens da dieta do animal. Como não possui dentes, o tamanduá-mirim engole as presas que são trituradas e digeridas no estômago.

No período reprodutivo, as fêmeas geram apenas um filhote por vez. A gestação dura de 130 a 150 dias e, depois de nascer, o pequeno fica agarrado nas costas da mãe.

O tamanduá-mirim ocorre em todo o Brasil, podendo ser encontrado em áreas de mata, floresta tropical e ambientes de savana. Apesar de não correr risco de extinção, é ameaçado pela perda de habitat, atropelamentos, caça e predação por espécies exóticas.

Quando ameaçados, sentam-se sobre as patas traseiras e abrem os braços em posição de ameaça. Esta característica, do “abraço do tamanduá”, conferiu fama de perigoso ao animal - o que não corresponde à realidade! 

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