OPERAÇÃO ESCUDO

Sobe para 13 o número de mortos em confrontos com a polícia no litoral de SP

Operação Escudo busca desmantelar organização criminosa na Baixada Santista após morte de policial da Rota; operação é contestada por Sindicato dos Advogados de São Paulo

Da redação
Publicado em 01/08/2023, às 16h08 - Atualizado às 17h10

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Suspeito se entregou na noite de hoje (30) em São Paulo soldado Reis - Reprodução
Suspeito se entregou na noite de hoje (30) em São Paulo soldado Reis - Reprodução

Ao menos 13 suspeitos foram mortos durante confrontos com policiais no litoral de São Paulo, no âmbito da Operação Escudo, que visa combater o tráfico de drogas e o crime organizado na região.

A ação policial foi deflagrada em resposta à morte do soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), ocorrida na quinta-feira (27), na Vila Zilda, em Guarujá.

De acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, até o momento 12 suspeitos foram mortos em Guarujá e um em Santos, além da apreensão de 11 armas e aproximadamente 20 quilos de drogas; 32 suspeitos foram presos, dos quais três envolvidos diretamente na morte do soldado.

A operação policial desencadeou uma série de ações das forças de segurança na Baixada Santista, com a participação de 600 agentes das polícias Civil e Militar. O "sniper do tráfico", responsável pelo disparo que atingiu o soldado Reis a uma distância estimada entre 50 e 70 metros já foi preso.

Suspeito se entregou na noite de hoje (30) em São Paulo soldado Reis (Reprodução)

Segundo a SSP, todos os casos relacionados à operação estão sendo investigados pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Santos e pela Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).

As câmeras corporais utilizadas pelos policiais durante a operação estão sendo analisadas e as imagens serão anexadas aos inquéritos, ficando disponíveis para consulta do Ministério Público, Poder Judiciário e Corregedoria da PM.

Em relação às denúncias de abordagem violenta por parte dos policiais, a Ouvidoria das Polícias de São Paulo informou que irá solicitar as imagens das câmeras para apurar eventuais violações físicas, psicológicas e invasões de residência sem mandado judicial, conforme informado por Claudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias do estado.

'Vingança desproporcional'

O Sindicato dos Advogados de São Paulo manifestou-se sobre a operação policial no Guarujá, classificando-a como "absolutamente reprovável" e uma "vingança desproporcional". O sindicato questionou a postura das autoridades estaduais, incluindo o governador Tarcísio de Freitas e o secretário de segurança pública Guilherme Derrite.

"O recente caso do jovem soldado da Rota Patrick Bastos Reis, morto numa operação policial no Guarujá, é uma perda para sociedade e para segurança pública de São Paulo", grafa o coletivo que pondera, a seguir:

"Dito isso, o que o Estado fez é absolutamente reprovável, partiu para uma vingança desproporcional, com invasão à comunidade, aparentemente sem nenhum plano e matando a esmo, torturando, intimidando os moradores, tratando a todos como suspeitos e bandidos".

O sindicato também questionou a postura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário de segurança pública, Guilherme Derrite, que declararam não terem visto excesso na operação que deixou 13 mortos até o momento.

"As autoridades do Estado devem se submeter às leis, e não se comportarem como pretensos justiceiros, produzindo chacinas, como vingança. O Estado deve fazer todos os esforços para garantir a segurança pública, mas não à custa de execuções extrajudiciais e maior letalidade, sem que haja o devido processo legal", disse o manifesto.

A operação continua em curso, com as forças de segurança empenhadas em capturar integrantes do crime organizado e combater o tráfico de drogas na região.

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