Até janeiro do próximo ano, animais como os leões-marinhos e golfinhos poderão ser melhor atendidos no Centro de Recepção e Triagem de Animais Marinhos (Cetas Marinho). O local, que tem como anexo a Casa Flutuante Aratu, decorre de uma parceria entre a prefeitura de Guarujá e o Gremar – Grupo de Resgate e Reabilitação de Animais Marinhos. O espaço está sendo totalmente reformado. Segundo o secretário interino de Meio Ambiente de Guarujá Adilson Cabral, o trabalho da reabilitação marinha teve início nas instalações da Casa Flutuante. Ele explicou: “Com o aumento da demanda, a prefeitura apresentou ao Ministério Público um projeto de ampliação do espaço, como a construção deste mini-hospital veterinário, e pediu o direcionamento dos recursos de compensações ambientais para esta finalidade. O espaço está quase pronto e estamos muito felizes pelo resultado”. Com capacidade para atender 500 animais, o Cetas Marinho já conta com salas de cirurgia; ambulatórios de análises clínicas; cozinha especial para preparo de alimentos; galpão especial com aquecedor na água e tubulação hidráulica; galpão especial para tratar tartarugas marinhas; e sala de descontaminação para animais oleados. No local, ainda há grandes tanques para animais maiores, que deverão ficar prontos em janeiro de 2015. “O que a maioria da população não sabe é que já estamos atendendo há um mês e meio, e se alguém encontrar algum animal ferido na praia, ou mesmo se causar um atropelamento, é só chamar o Corpo de Bombeiros e a Polícia Ambiental que eles trazem o animal até nós. Se todos fizerem isso, poderemos salvar a vida de muitos mais”, informou a médica veterinária Andrea Maranho, do Gremar. Um exemplo, foi uma tartaruga-verde, de aproximadamente 10 anos, com mais de 30 quilos, encontrada na manhã de 6 de agosto, por praticantes de stand-up em São Vicente, enroscada numa rede de pesca. Na parte traseira do casco e em uma das laterais, sinais evidentes de um atropelamento antigo, provocado por embarcação e, grandes verrugas no pescoço. Segundo a médica veterinária, a tartaruga já estava doente quando se enroscou na rede de pesca. A previsão é que o animal marinho fique pelo menos seis meses em tratamento na unidade. Além das tartarugas, é comum o Gremar receber golfinhos, atobás, lobos-marinhos e pinguins. Esses últimos já começaram a chegar. Ao todo, estão em tratamento 17 animais, entre eles, uma fragata macho. Essas aves, comuns na Lage de Santos e no Arquipélago de Alcatraz, apresentam ferimentos devido a choques com embarcações pesqueiras, quando tentam se aproximar, atraídas pelos peixes. O trabalho da equipe do Gremar vai além. O grupo é responsável pela capacitação de 354 guarda-vidas do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo, no que se refere a resgate de animais marinhos, quando encontrados nas praias. A Casa Flutuante Aratu, ancorada no canal de Bertioga, mas ainda na cidade de Guarujá, e a Casa Flutuante Aratu, que é anexa ao Cetas Marinho, abrigam também a Base de Monitoramento Ambiental do Guarujá, que acompanha tudo o que acontece no canal. A reforma do píer de acesso e da Casa Flutuante Aratu foram provenientes de um termo de ajuste de conduta assinado entre o Ministério Público Estadual e a prefeitura. O investimento em equipamentos e instalações foi de R$ 1,1 milhão. Por estar em uma área de mangue e na Mata Atlântica da Serra do Guararu, o local é um imenso laboratório a céu aberto, no qual não só os alunos da rede municipal de ensino, mas também estudantes universitários e pesquisadores poderão desenvolver trabalhos e pesquisas
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