Funkeiro de Guarujá foi levado à delegacia de Santos com colete à prova de balas após vídeo viralizar na semana do assassinato do PM Reis
Um funkeiro de Guarujá, no litoral de São Paulo, foi detido por fazer apologia ao crime após lançar uma música que zombava da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). A letra faz menção a morte soldado Reis e conta detalhes do assassinato.
Após a divulgação do vídeo, as autoridades emitiram um mandado de busca e apreensão, que foi cumprido em diversos endereços relacionados a Adelso dos Santos de Almeida Júnior, o MC Juninho DBC, de 21 anos, incluindo a casa do pai e da irmã.
Segundo informações de amigos próximos, o MC tem o sonho de se tornar um cantor de funk e a música polêmica foi composta e gravada de forma despretensiosa, sem intenção inicial de ser publicada, no entanto, algo o levou a compartilhar o vídeo, que teve uma repercussão negativa em todo o Brasil.
A família, amigos e o próprio Adelson Júnior afirmam que ele não possui nenhuma ligação com o crime organizado, e que a composição da música não passou de uma expressão artística de sua aspiração musical. Porém, devido ao conteúdo controverso da letra o levou a delegacia.
O funkeiro foi levado para a delegacia usando um colete à prova de balas na tarde de ontem (3).
Se é apologia, eu vou mandar, vou mandar, mando aí
Eu troco tiro com a Baep e é sem medo de morrer
Aqui é o P2C [PCC] eu sou do crime organizado
Pode descer lá, Rota da capital de São Paulo
Os 'menor' cheio de ódio com a 9 na cintura
Eu tava no horário, do nada vira a viatura
Trocaria do c... eu vou contar pra vocês
Nós mandamos um montão, baleamos dois de uma vez
Um ficou f... e o que deitou foi o Reis
Em nota enviada à reportagem, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os policiais civis prenderam o suspeito em flagrante por associação criminosa e apologia ao crime. Após o trabalho de investigação, o suspeito foi identificado e localizado em sua residência no Parque Estuário, em Guarujá, e conduzido à 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Deic) do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) 6, onde o caso foi registrado.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com a defesa do detido. O texto será atualizado caso tenha uma resposta da defesa de Adeilson Junior.
O crime de apologia ao crime é tipificado no artigo 287 do Código Penal Brasileiro. Além disso, a Constituição Federal prevê a liberdade de expressão, mas desde que esta não viole os direitos fundamentais previstos na Carta Magna.
O artigo prevê que quem fizer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime será punido com detenção, de três a seis meses, ou multa. Caso a apologia seja feita em meios de comunicação, como a televisão, a pena pode ser aumentada em até um terço.
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