Crianças de várias partes da cidade vão ao Centro Esportivo Duque de Caxias – Tejereba para praticar tênis. Mesmo sendo um esporte caro, em que normalmente pessoas ricas têm acesso, em Guarujá, há oportunidade de praticar esta refinada modalidade esportiva de graça, com a professora Solange Vasques e o apoio da prefeitura. Desde 1986, Solange ensina o esporte para crianças carentes na quadra do Tejereba. Ela se apaixonou pelo esporte na infância, quando começou a praticar, chegou a jogar profissionalmente, mas não conseguiu patrocínio para continuar. No entanto, nunca desistiu do esporte e passou a ajudar crianças com o mesmo sonho. O início das aulas não foi fácil para a professora. Ela conta que havia procura, mas também muitos altos e baixos, dias em que via a quadra vazia. Após o efeito Guga, como ela mesma chama, o Brasil passou a ter mais interesse e depois que outros campeões surgiram como Roger Federer, Rafael Nadal e o atual número um do mundo, o sérvio Novak Djokovic, as crianças ficaram cada vez mais interessadas. “A cada tenista que consegue a primeira colocação e aparece na televisão a escolinha enche”, conta Solange, pois as crianças começam a pedir aos pais que as levem para praticar o esporte. Atualmente, 15 crianças de sete a 14 anos participam das aulas duas vezes por semana em horários alternados, das 14 às 17 horas. Solange não exige uniformes e equipamentos. Os requisitos básicos para iniciar as aulas são usar camiseta, bermuda e tênis. As raquetes e bolinhas são disponibilizadas pela prefeitura. As aulas vão da parte teórica, onde é ensinado como são chamados e como se deve cuidar dos equipamentos, até as práticas, em que os alunos se enfrentam em duplas ou jogam contra a professora. Para o incentivo, são promovidos torneios internos. A professora explica que é difícil formar atletas, por ser caro participar de campeonatos externos. Muitos alunos, por não ter condições de continuar investindo no esporte, seguem em outras profissões e acabam deixando o tênis como um hobbie, então não é trabalhada somente a questão de campeonatos e resultados, mas também o lado social. A maior preocupação é tirar os jovens das ruas e fazê-los terem maior disciplina na escola, pois é cobrado que as crianças não faltem e mantenham boas notas para continuar jogando. Para a tenista, a melhor idade para aprender o esporte é a mínima: sete anos “Trata-se de um período em que a criança aprende a modalidade de maneira fácil e é menos complicado de corrigir qualquer defeito”. O aluno Guilherme Nerys Olmos Deus começou com esta idade há um ano. Agora sua família investe no esporte, tem sua própria raquete profissional e não falta às aulas. “Eu acompanho o tênis pelos canais de esportes”, conta Guilherme. Logo que sua família soube do seu interesse, o inscreveu na escolinha. No seu primeiro dia de aula, o aluno Igor Petrasoli Senegalli, de 14 anos tinha boas expectativas. Ele mesmo pediu que a mãe o inscrevesse, depois de reclamações de que ele usava muito o computador “Dos esportes disponíveis aqui no ginásio, o tênis foi o que me interessou mais”. A mãe de Igor, a estudante de Direito, Soraya Petrasoli Ferreira, está animada com a nova atividade do filho. Sua outra filha também está inscrita no projeto “Espero que eles gostem e no futuro pensem em trabalhar com o esporte”. Serviço – Para se inscrever na Escolinha de Tênis, é só procurar a professora Solange Vasques, no Centro Esportivo Duque de Caxias – Tejereba (Praça Horácio Lafer, s/n – Enseada).
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