INVESTIGAÇÃO

Comércio em que adolescente bebeu soda cáustica por engano é multado em Guarujá

Prefeitura notificou, multou e interditou o local por irregularidades no alvará de funcionamento; Polícia Civil investiga rigorosamente todas as circunstâncias da morte do adolescente

Da redação
Publicado em 17/01/2023, às 10h58 - Atualizado em 18/01/2023, às 16h37

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Polícia Civil investiga rigorosamente todas as circunstâncias da morte do adolescente Caso Heitor - Reprodução
Polícia Civil investiga rigorosamente todas as circunstâncias da morte do adolescente Caso Heitor - Reprodução

A Polícia Civil de Guarujá investiga rigorosamente todas as circunstâncias da morte do adolescente Heitor Santos, 16 anos, que faleceu no último dia 9 por esclerose esofágica (veias dilatadas no esôfago) após beber soda cáustica por engano em um comércio de Guarujá no litoral de São Paulo.

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O caso foi revelado com exclusividade pelo Portal Costa Norte na última quarta-feira (11) e no sábado (14) o Setor de Fiscalização da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) da prefeitura de Guarujá notificou, multou em R$ 384,12 e interditou o estabelecimento por irregularidades no alvará de funcionamento.

À reportagem, a prefeitura informou que o comércio, situado em Vicente de Carvalho, estava com o alvará de funcionamento vencido e terá um prazo de 20 dias para regularizar a situação junto à municipalidade.

Em resposta à imprensa, os representantes do comércio confirmaram que o local foi fechado no sábado e que estão tentando regularizar a situação. 

O caso

Famíliares e amigos de Heitor pedem por Justiça Caso Heitor (Reprodução Record TV)

De acordo com o boletim de ocorrência, Heitor saiu de casa para comprar cloro e desinfetante para a avó, no dia 1º de dezembro, no comércio localizado no bairro Pae Cará.

Segundo o documento, a família alega que Heitor teria pedido um pouco de água e recebido uma garrafa com o produto químico. Ele tomou soda cáustica por engano como se fosse água.

O dono do comércio e um funcionário estiveram na delegacia e negaram a história.

Em nota, os representantes do comércio informaram que Heitor pediu desinfetante e, enquanto aguardava para ser atendido, outro cliente pediu um frasco de soda cáustica. O adolescente teria pegado a garrafa, aberto e a colocado debaixo do braço, vindo a derramar parte do produto no chão.

Naquele momento, um funcionário o alertou: "Cara, isso é soda". Mesmo assim, o menino teria levado a garrafa à boca e depois vomitado. 

Heitor morreu 39 dias após a ingestão da soda cáustica; dois dias antes de falecer, a vítima se queixou de dores abdominais e foi levada à Casa de Saúde de Guarujá, passou por consulta médica e, como o coração estava acelerado, foi colocada no soro.

Familiares do rapaz explicaram que no hospital a equipe médica coletou o sangue de Heitor e o resultado revelou uma "inflamação no estômago e que as plaquetas estavam altas".

No dia em que morreu, a vítima havia sido encaminhada para fazer uma endoscopia e, segundo uma prima, saiu da sala precisando de reanimação. "Foi imediatamente para a sala de emergência, onde vários médicos tentaram reanimá-lo, porém sem êxito".

Investigação

Segundo informado pelo g1 e confirmado pela reportagem do Portal Costa Norte, o delegado responsável pelo caso, Flávio Magario, do 2º DP, disse que “é certo que a vítima bebeu um líquido no local dos fatos e que este líquido provocou a internação dele".

Segundo ele, uma testemunha contou em depoimento que “após o segundo gole, ele [Heitor] entrou pela porta da loja dizendo que estava queimando".

Como houve um intervalo de tempo significativo entre a ingestão do líquido, em 1º de dezembro, e a morte do jovem, em 9 de janeiro, o delegado afirma que a Polícia Civil aguarda o laudo do Instituto Médico Legal para confirmar a relação da ingestão do produto químico com as lesões que causaram a morte.

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O delegado do caso acrescentou que procura por outras testemunhas que possam contribuir para a investigação, que basicamente busca esclarecer se alguém ofereceu a soda cáustica à vitima. 

"Depois disso, vamos avaliar se foi doloso [com intenção de matar] ou culposo [sem intenção de matar] por imprudência ou negligência", finalizou.

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