Precursor do funk no litoral paulista, DJ Baphafinha morre vítima de mal súbito aos 45 anos. Perda se dá dias depois de anúncio do fim do Baile da Plataforma, maior pancadão ao ar livre do litoral de SP
Morreu, no sábado (29), Leonardo Tadeu Pimenta, o DJ Baphafinha, precursor do funk no litoral de SP. Segundo informações, o DJ de 45 anos foi acometido por um mal súbito. A perda se deu na mesma semana em que o fim do Baile da Plataforma, maior baile funk ao ar livre da costa paulista, foi anunciado por seus organizadores por "problemas com a Justiça”.
A assessoria de imprensa do músico anunciou ontem que ele morreu em consequência de um tromboembolismo pulmonar bilateral, que provocou o mal súbito. Segundo sua assessoria, Baphafinha será velado na Beneficência Portuguesa, na Vila Belmiro, em Santos.
Influenciado pelo irmão mais velho, Baphafinha foi um dos primeiros DJs de funk de São Paulo. Carismático, esteve por trás do desenvolvimento de uma cena do funk no litoral atuando na produção dos primeiros bailes.
Baphafinha também produziu a música Fubanga Macumbeira, tida como a primeira produção original de funk da Baixada Santista e acumulou parcerias com os primeiros MCs do funk paulista, como Duda do Marapé, Renatinho e Alemão, Danilo e Fabinho, Careca, Primo e outros.
Mais recentemente, criou a festa Som dos Bailes, movida a nostalgia de sucessos do funk dos anos 2000; afastado de produções funkeiras, Baphafinha continuava trabalhando como DJ em diversas casas do litoral paulista.
Quatro dias antes da morte de Baphafinha, na terça-feira (26), o Baile da Plataforma, maior pancadão ao ar livre do litoral paulista, anunciou o encerramento das atividades por causa de “problemas com a Justiça”. Frequentadores do baile, organizado havia mais de 15 anos em uma plataforma em Mongaguá, demonstraram perplexidade e prometem manter o evento vivo.
Clandestino e subversivo, o baile, sobretudo as edições de fim de ano, despertou a ira de autoridades ao mesmo tempo que conquistou uma legião de frequentadores e entrou na rota do funk paulista.
Os lendários pancadões de fim de ano na praia Agenor de Campos costumavam reunir dezenas de milhares de aficionados. Um dos bailes pode ter chegado a reunir 100 mil pessoas, garantem fãs com um certo exagero. Estimativas oficiais inexistem.
Em uma nota lacônica e melancólica nas redes sociais, os organizadores explicaram que enfrentam problemas judiciais, sem especificar quais. “[o] Baile da Plataforma notifica todos os públicos que o baile chegou ao fim. Tudo que é bom acaba um dia e esse dia chegou. Tivemos alguns problemas com a Justiça e infelizmente o baile será cancelado por tempo indeterminado. Foi a melhor decisão para todos”.
O Portal Costa Norte tentou contato com os organizadores que não responderam. O espaço segue aberto.
Nos últimos anos, o baile vinha colecionando pendengas com autoridades que tentavam impedir sua realização. Na virada de 2021 para 2022, o baile foi programado para rolar por nada menos que 14 dias seguidos. A virada da esbórnia incomodou a prefeitura de Mongaguá que bloqueou o trânsito nas imediações na tentativa de impedir o fluxo.
O baile também foi desgastado por denúncias de furtos, roubos e brigas envolvendo frequentadores. A música alta e acelerada também conquistou a antipatia de parte dos moradores.
Tudo isto fez com que a Polícia Militar e a Guarda Municipal de Mongaguá fossem presenças tão constantes nos bailes quanto os funkeiros.
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