Ernaninho fala sobre reeleição e relação com eleitores: “Cobram bem mais de mim”

Costa Norte
Publicado em 13/05/2016, às 10h12 - Atualizado em 23/08/2020, às 15h12

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*Foto: JCN

Por Marina Veltman

O vereador de São Sebastião Ernane Primazzi (PSC), o Ernaninho, afirmou em entrevista ao programa Café da Manhã da última quarta-feira, 11, na TV Costa Norte, que não buscará uma candidatura a prefeito nessas eleições e que seu foco está na reeleição à Câmara. “Legalmente, eu não posso suceder o meu pai. Pessoas sugerem que ele poderia renunciar para permitir essa candidatura, mas eu acho esse tipo de manobra uma mostra exacerbada de sede de poder. Não preciso disso”. Ele acredita ainda ter muito que aprender antes de buscar o Executivo. “Para ser prefeito, a pessoa tem que estar bem preparada, ter exercido um cargo político e colaborado efetivamente com a política no município, para, assim, saber o cenário real e o que precisa ser feito. Temos uma cidade com duas frentes muito diferentes e peculiares, o que exige conhecimento dobrado do prefeito, e eu ainda quero me preparar melhor para essa responsabilidade”, afirma.

Questionado sobre os efeitos, em sua atuação política, da sua relação familiar com o prefeito Ernane Primazzi , seu pai, Ernaninho é categórico: a proximidade gera mais cobrança. “Sou muito mais cobrado do que os outros. No início foi difícil, porque a pressão era infinitamente maior em cima de mim, mas, desde pequeno, aprendi com meu pai a assumir minhas responsabilidades, e, agora, no segundo mandato, já me acostumei com essa cobrança elevada”, conta.

Apesar de dividirem o mesmo nome, Ernaninho destaca ser muito diferente do pai, e que tem nele um exemplo. “Ele é mais tímido, eu sou mais despojado e impulsivo, erro pelas minhas palavras, levo-me mais pelo coração. Ele é mais centrado, segue o caminho da retidão e ensinou isso para os filhos. Tem uma enorme paciência, jogo de cintura e discernimento para lidar com situações difíceis, tanto que todos na família buscam por ele para aconselhamentos”, elogia.

Abordado se a atuação na Câmara sofreria com a relação familiar, Ernaninho nega: “Se eu estou vendo algo errado, eu tenho que cobrar, fazer minha parte. Mas cobro sem fazer teatro e drama na sessão. Quando preciso, faço oposição, mas sempre de forma sadia”. Ainda sobre cobranças, Ernaninho alerta para posturas demagogas de políticos da região, reflexos de falta de conhecimento e preparo.  “Tem gente que  em campanha  promete mundos e fundos de soluções para coisas que, na realidade, não podem sofrer interferência da municipalidade, mas esses candidatos não têm noção dessas impossibilidades”.

Sobre as principais conquistas, Ernaninho destacou a luta com a Dersa para alterar o trajeto da obra do contorno sul, a fim de  afetar  menor número de moradores. “A gente fez uma série de audiências públicas e reuniões prévias às obras, e faltavam várias informações por parte do governo do estado. Depois de muitas reuniões, começou a briga das indenizações, com eles oferecendo valores irrisórios à nossa população. Foi uma luta grande e incansável, mas mudamos quatro vezes o trajeto do projeto, diminuindo de mais de mil para pouco mais de 100 casas a serem desapropriadas. Tem gente querendo tirar proveito político dessa obra agora, mas que, na época de lutar pelos direitos dos sebastianenses, não estava nem aqui, não deu as caras”.

A atuação de Ernaninho e sua proximidade com a comunidade do Morro do Abrigo também rendeu uma proximidade com a Queiroz Galvão. “Na época do acidente com a pedra, eles viram que eu era muito próximo dos afetados e passei a fazer essa intermediação. O governo e a Dersa queriam dar um auxílio-moradia de R$400,00 para os afetados pelos desabamentos, uma vergonha. No fim, conseguimos diretamente com a Queiroz Galvão uma elevação nesse valor, para algo em torno de R$1.200,00. Mas a luta pela comunidade não tem fim. Agora tem que brigar para que eles (Queiroz) consertem as casas danificadas, cuidem delas enquanto estão vazias... Mas eu estou em cima”.

Ao avaliar sua carreira, Ernaninho afirma ter a satisfação de fazer um trabalho verdadeiro. “Minha carreira acabando esse ano ou daqui a 20 anos, eu tenho certeza de poder olhar para trás e ver que contribui de verdade com minha cidade”, conclui.

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