Em tempos de crise, obras da Nova Tamoios injetam mais de R$5,5 milhões na economia da região

Costa Norte
Publicado em 02/10/2015, às 12h56 - Atualizado em 23/08/2020, às 14h44

FacebookTwitterWhatsApp
Costa Norte
Costa Norte

*Fotos: Divulgação/Queiroz Galvão

As obras de construção da rodovia Nova Tamoios empregam, atualmente,  2.790 pessoas nos trechos dos  municípios de Caraguatatuba e São Sebastião, e injetam, atualmente, cerca de R$5,5 milhões na economia local, por meio de salários pagos aos funcionários da obra. Os dados são da Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A.

De acordo com a estatal, hoje atuam nas obras, na região de Caraguatatuba, dois mil trabalhadores,  dos quais 1.240 são de moradores de Caraguá e outros 240, residentes de São Sebastião. Já nos trechos de São Sebastião, estariam atuando no momento 790 funcionários, dos quais 640 (62%) moradores do município.  Ou seja, da totalidade dos contratados, 2.120 (cerca de 75%) seriam de trabalhadores residentes no litoral norte.

Segundo o presidente da estatal, Laurence Casagrande Lourenço, a contratação de mão de obra local só não seria maior pelo atual momento da obra, que exige uma capacitação muito específica.  “Para o construtor, o ideal é ter 100% de mão de obra local. Não seriam necessários gastos com alojamentos, transporte, a família estaria próxima, o que garante uma condição psicológica favorável e aumenta a produtividade... Porém, o que não temos de mão de obra local capacitada temos que buscar fora. Estamos trazendo engenheiros da Suécia e Itália, por exemplo. Temos equipamentos em que o sistema é todo em inglês, computadorizado. Não dá para capacitar da noite para o dia.  Tarefas mais genéricas podemos formar, em parceria com órgãos locais, porque o retorno é positivo”.

Segundo Laurence, Caraguatatuba já estaria no momento de pico de contratações, mas São Sebastião, devido a atrasos para o início das obras, ainda não atingiu esse momento, previsto para meados de 2017. “Devemos ter duas mil pessoas atuando em São Sebastião na fase final do projeto, quando os trabalhos de pavimentação, sinalização e terraplanagem, por exemplo, chegarem. Caraguá já está nesse momento”.

Atualmente, as obras em São Sebastião estão concentradas na construção de túneis, o que exige uma mão de obra altamente qualificada e um número reduzido de trabalhadores. “Passado esse momento de túneis, teremos mais oportunidades de emprego. Há um momento de desespero local, e é compreensível, já que muitos profissionais foram afetados pela crise na Petrobras e querem recolocação. Temos nos esforçado para ter uma boa comunicação com a comunidade, mas é importante que percebam que quando paralisam as ações, a obra fica mais lenta, e, consequentemente, atrasa o período onde a contratação será maior”.

Sobre as dificuldades enfrentadas antes do início das obras, o presidente da estatal destaca que é uma situação corriqueira e já superada. “Durante o planejamento da obra, houve muita dúvida, tivemos um momento tumultuado na relação com as comunidades. Isso é recorrente, são empreendimentos que mexem com a estrutura local, gerando dúvidas e questionamentos. Demanda tempo até que se consiga superar toda essa ansiedade, mas vencemos bem esse período. Tivemos uma compreensão maior no município de Caraguatatuba, o que fez com que lá as construções começassem primeiro, mas a relação atualmente é boa nos dois municípios”.

Os maiores túneis do país

De acordo com Laurence, os túneis atualmente em obras na região serão os maiores e mais modernos do país. “Hoje, o túnel da Imigrantes é o maior, mas será superado pelo de Caraguatatuba e pelo de São Sebastião. O litoral norte será modelo, em termo de túneis, para os padrões brasileiros”.

Em sua totalidade, o projeto da Nova Tamoios tem investimentos semelhantes aos de um trecho completo do rodoanel, a maior obra viária do país. “O guia Exame coloca a obra da Tamoios como uma das dez maiores obras de rodovia do Brasil”, conta.

Além da grandiosidade e pioneirismo tecnológico, Laurence acredita que a rodovia se destacará pela beleza do trajeto. “Acredito que teremos uma rodovia cênica. Ali, dada a cota da rodovia, a 80 metros do nível do mar, teremos vistas panorâmicas muito bonitas. Será um belo cartão postal”.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!